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O parecer do Conselho Nacional da Política do Medicamento e da Ordem dos Médicos referem há muito que “há forte evidência científica da eficácia do uso de cannabis e seus derivados, não só no alívio da dor crónica em adultos e como anti-emético no tratamento de cancros, mas também na redução da espasticidade (aumento de contracções musculares), na esclerose múltipla e no controlo da ansiedade”. Acrescentaram ainda que, apesar de ser “com moderada evidência, a cannabis poderá ser usada na melhoria do sono em pessoas com apneia obstrutiva do sono, fibromialgia, anorexia por cancro ou stress pós-traumático, e em glioma (tumor cerebral)”.

Neste contexto, no ano passado a legalização do uso de medicamentos, preparações e substâncias à base da planta de cannabis  para fins medicinais foi aprovada por todas as bancadas, com a abstenção do CDS. Convém, contudo, ressaltar o seguinte:

- A legislação não prevê o uso terapêutico da planta, mas apenas dos preparados.

- A aprovação da comercialização desses preparados tem de ser feita pelo Infarmed

- Não é possível ao utilizador fazer produção da planta e preparados. Isto quer dizer que o auto cultivo de cannabis para fins medicinais está definitivamente excluído.

Agora veio a parlamento outro assunto: o uso desta planta para fins pessoais e recreativos. Este é um tema completamente diferente e a Ordem dos Farmacêuticos já se manifestou sobre este assunto, entendendo que “ambas as iniciativas legislativas assentam em pressupostos incorretos e generalistas e transmitem um sinal errado à sociedade, que não necessita de mais um fardo para a Saúde Pública. Os relatórios disponíveis na literatura sobre experiências internacionais semelhantes demonstram um agravamento significativo dos fatores relacionados com o tráfico e a saúde pública” (pode consultar AQUI o parecer completo da Ordem dos Farmacêuticos sobre a legalização da Cannabis para fins recreativos). 

Desta vez parece-me que, salvo algumas excepções (Bloco e PAN), houve bom senso no parlamento e a legalização de Cannabis para uso pessoal e recreativo foi chumbada. Vamos ver até quando...

publicado às 20:05

A verdadeira utilidade dos Drones

por dicasdefarmaceutica, em 09.01.19

 

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Fala-se de Drones e só pensamos nos aeroportos e no seu perigo para as aeronaves. Ainda o mês passado, o aeroporto de Gatwick, em Londres, teve encerrado por causa destas “aves” modernas.

Os Drones são perigosos, sobretudo quando as regras para a sua utilização não existem ou não são cumpridas. Contudo, a sua utilidade é inquestionável e, em termos de saúde, podem ser muito úteis e ajudar a salvar muitas vidas.

Já falei AQUI de drones e na sua utilidade no combate de algumas doenças, nomeadamente no combate à Malária, na Tanzânia.

Também li uma notícia no “Observador” que falava de uma experiência da UNICEF com Drones, em Vanuatu. Nesta experiência, um drone demorou 25 minutos a percorrer 40 Km e garantiu a preservação das vacinas que transportava. Vou partilhar o vídeo do “Observador”:

Os Drones tornam possível as condições para o transporte das vacinas e também para o transporte de outros medicamentos.

Em Portugal, também já se fala de Drones nesta área e a Farmácia da Lajeosa do Dão é um grande exemplo. Hugo Ângelo, o farmacêutico da terra, foi o mentor do projeto. Consegue, via drone, entregar medicamentos às populações mais isoladas da região. Quem diria que em Tondela os medicamentos podem chegar rápido e em boas condições às populações? Tantas vezes que as estradas sinuosas destas terras são um entrave ao desenvolvimento das mesmas e à prestação de cuidados de saúde, sobretudo aos mais idosos.

Este feito foi reconhecido e o projeto da Farmácia da Lajeosa venceu o Prémio João Cordeiro de 2018 - Inovação em Farmácia, na categoria Reconhecimento da Farmácia.

Como vêem, os Drones não são os “maus da fita”; os homens é que têm que saber utilizá-los com regras e consciência da sua potencialidade e também dos perigos que decorrem da sua má utilização.

Em termos de Saúde, estas “aves” dos nossos dias ainda vão dar muito que falar...

 

publicado às 09:06

Campanha “O Meu Dia Seguinte”

por dicasdefarmaceutica, em 30.11.18

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Antes de falar desta campanha, convém recordar mais uma vez alguns pontos sobre a pílula do dia seguinte:

- Solicite a contracepção de emergência numa farmácia e aconselhe-se sempre com o farmacêutico sobre as tomas, as contra-indicações, os efeitos secundários e a mais aconselhável para o seu caso.

- Tome a pílula do dia seguinte assim que possível após uma relação sexual não protegida ou falha do método contraceptivo utilizado.

- A toma desta pílula não protege contra uma gravidez resultante de relações sexuais futuras nem contra doenças sexualmente transmissíveis.

- A PÍLULA DO DIA SEGUINTE É UM MÉTODO ANTICONCEPCIONAL DE EMERGÊNCIA.

 

A campanha “O Meu Dia Seguinte” é a primeira campanha da marca ellaOne dirigida ao consumidor desde que se tornou disponível sem receita médica em farmácia, em 2015. Destina-se, essencialmente, a mulheres entre os 18 e 25 anos que atualmente não desejam engravidar, mas que em caso de falha do seu método contraceptivo ou ausência do mesmo, não recorrem à contracepção de emergência devido a falsas perceções negativas e equívocos sobre este método.

A campanha “O Meu Dia Seguinte” estará ativa exclusivamente nas plataformas digitais, canal por excelência para chegar aos mais jovens, público que está a iniciar a sua atividade sexual e que, na grande maioria das vezes, apesar de ter um acesso privilegiado à informação, tem um elevado desconhecimento/desinformação no que toca à pílula do dia seguinte.

Em todas as versões do vídeo destinadas aos diversos formatos digitais (youtube, facebook, instagram) é reforçada a mensagem de que a pílula do dia seguinte ajuda a prevenir uma gravidez não planeada perante uma falha na contraceção.

Deixo-vos com um dos vídeos desta campanha:

 

 

publicado às 16:26

Dia Europeu do Antibiótico

por dicasdefarmaceutica, em 19.11.18

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Já partilhei esta imagem na página do Facebook, mas não posso deixar passar este mês sem voltar ao assunto dos antibióticos e do seu uso, ou melhor, do seu mau uso.
 
Ontem assinalou-se o Dia Europeu do Antibiótico e os dados mais recentes não são nada animadores. Confirma-se que o número de doentes infectados pot bactérias resistentes continua a aumentar na União Europeia.
A resistência aos antibióticos constitui uma grave ameaça para a saúde pública e fala-se até que, em 2050, pode vir a matar mais do que o cancro. 
 
Manter os antibióticos eficazes para as gerações futuras é um dever de todos nós. Só o seu uso prudente pode ajudar a impedir o desenvolvimento destas bactérias resistentes. Somos todos responsáveis: médicos, farmacêuticos, enfermeiros, outros profissionais de saúde, veterinários, agricultores e decisores políticos. Só em conjunto conseguiremos combater esta ameça à nossa saúde.
 
 
Regras a seguir sobre a toma de antibióticos:
 

1. Não tomar antibióticos por iniciativa própria.

2. Seguir exclusivamente a recomendação do médico.

3. Tomar o antibiótico ao longo do tempo prescrito e respeitando os horários e dosagens.

4. Entregar na farmácia as eventuais sobras.

5. Nunca partilhar os antibióticos prescritos em seu nome com familiares ou amigos.

Já que estamos a falar de antibióticos e o frio, constipações e gripes começaram a chegar, não se esqueçam que a maioria desta doenças se Inverno não se curam com antibióticos!

Se tiverem algumas dúvidas, consultem AQUI o meu post com o título: “Antibióticos: verdadeiro ou falso?”

Aqui fica mais um cartaz do SNS que tem este assunto sempre como prioritário nos seus conselhos à população:

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publicado às 09:35

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Foram muitas as notícias relativas ao medicamento Metamizol, mais conhecido por Nolotil, na sequência da morte de 10 britânicos que compraram este medicamento em Espanha.

O Metamizol é um medicamento utilizado para o tratamento da dor aguda e intensa e na febre alta que não responde a outras terapêuticas antipiréticas. Em Portugal é utilizado há cerca de 40 anos.

Na sequência das referidas mortes está uma reação adversa do metamizol denominada agranulocitose que, apesar de ser muito grave, é muito rara.

O Infarmed esclareceu que em “Portugal foram notificados ao sistema de farmacologia, entre 2008 e 2018, um total de 11 casos de agranulocitose potencialmente associados à utilização de metamizol, com uma frequência de um a dois casos por ano (o que se encontra dentro da frequência expectável de uma reação rara)”.

O Infarmed diz ainda que “estes medicamentos não devem ser utilizados em doentes com reações hematológicas prévias ao metamizol, em tratamento com imunossupressores ou outros medicamentos que possam causar agranulocitose. Deve ser tida particular atenção à prescrição destes medicamentos em doentes idosos”.

Quem utiliza este medicamento por indicação médica não deve entrar em pânico. O metamizol mantém uma relação benefício-risco positiva, desde que seja utilizado para o fim a que se destina e durante o tempo aconselhado pelo médico ou farmacêutico (normalmente, não deve exceder os 7 dias).

Já agora, só mais uma informação: em Portugal, com este princípio ativo, temos o genérico (Metamizol Cinfa), o Nolotil e o Dolocalma.

 

 

 

 

 

 

publicado às 12:05

Web Summit de novo em Lisboa

por dicasdefarmaceutica, em 05.11.18

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A Web Summit está de volta e Lisboa está com milhares de participantes, oradores, jornalistas, estudantes e muitos curiosos desejosos de conhecer as novidades que aí vêm. Nestes dias, a nossa capital é o centro do mundo das novas tecnologias e inovação.

 

A imagem acima foi da Web Summit do ano passado, com o vencedor do concurso de startups (competição de Pitch). Falei AQUI há um ano da LifeinaBox, a empresa francesa que venceu o concurso com um minifrigorífico portátil para medicamentos.

É curioso sabermos o que aconteceu depois do concurso. Muitas vezes, ganham e parece que ficam por aí, mas felizmente não foi o caso, e a LifeinaBox continua o seu processo de implantação no mercado, apesar da morosidade de todo o processo. São milhares os que esperam pelo milagroso frigorífico, tanto particulares, como a própria indústria farmacêutica.

Todos nós sabemos a importância da temperatura nos medicamentos e essa temperatura deve ser mantida sempre que os mesmos necessitam de ser transportados. As boas práticas de transporte são parte da garantia da qualidade dos medicamentos e, consequentemente, da sua eficácia no tratamento.

 

Desde que foi apresentada em Lisboa, a LifeinaBox já sofreu algumas alterações: por fora tem a mesma aparência, mas foram alterados alguns componentes. Por ter uma bateria de Lítio que dura 36 horas, não poderá ser transportada num avião. A solução passou por permitir que a bateria possa sair e voltar a ser colocada em modelos mais pequenos, que poderão ser transportados nos aviões. Haverá modelos de vários tamanhos, para 12, 24 e 36 horas. 

 

A 6 de Janeiro de 2019 esta inovação vai ser lançada na CES de Las Vegas, a maior feira de tecnologias do mundo.

 

Uwe Diegel, o mentor deste projeto, continua a olhar para o futuro e já está a trabalhar no LifeinaHeart, desta vez,  uma caixa frigorífico para transplante de órgãos. Na Web Summit deste ano estará presente com um expositor para quem quiser saber mais sobre estas inovações na área da saúde.

Vamos aguardar o que nos espera de novidades nestes próximos dias...

 

 

publicado às 16:53

A Vacinação contra a Gripe vai começar a 15 de Outubro

por dicasdefarmaceutica, em 12.10.18

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A gripe é uma doença benigna na grande maioria dos casos, porém, por ser altamente contagiosa, ela é capaz de infetar milhões de pessoas em relativamente pouco tempo. Por isso, a vacinação contra o vírus Influenza tornou-se uma importante medida de saúde pública nos últimos anos. 

A vacinação é a melhor e quase a única forma de prevenir a gripe, daí a sua importância, sobretudo para alguns grupos de maior risco.

 

Em Portugal, a vacinação vai começar a 15 de Outubro e o Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai disponibilizar 1,4 milhões de doses de vacinas.

Este ano, a vacinação vai começar cerca de duas semanas depois do que tem sido habitual, para garantir uma melhor e maior proteção durante o período da epidemia de gripe, que em Portugal tem início habitualmente na segunda quinzena de dezembro, de acordo com a Direção-Geral da Saúde (DGS). Já são muitos os que perguntam na farmácia se as vacinas já chegaram. Está quase...

 

No SNS, a vacina vai continuar gratuita a partir dos 65 anos, para residentes ou internados em instituições, para os bombeiros e para pessoas com algumas doenças específicas. Nestes casos, a vacina não necessita de receita médica e dispensa também pagamento de taxa moderadora.

 

Além dos 1,4 milhões de doses adquiridas para o Serviço Nacional de Saúde, haverá também vacinas dispensadas nas farmácias através de prescrição médica, com uma comparticipação de 37%.

As receitas médicas específicas para a vacina da gripe passadas desde o dia 1 de julho terão validade até final do mês de dezembro.

 

Recomenda-se que a vacina seja feita até ao final do ano.

 

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publicado às 09:12

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Toda a gente já ouviu falar do PAN, um partido político de Portugal. Foi fundado em 2009 sob o nome Partido pelos Animai (PPA). Em 2011, como não defendiam apenas os animais, mudaram o nome para Partido pelos Animais e pela Natureza (PAN) e, ainda insatisfeitos, em 2014, decidiram alterar o nome para Pessoas-Animais-Natureza (PAN).

Agora sim, é um partido de causas de todos e de tudo, defensor dos direitos das pessoas, dos animais e da natureza.

 

Isto equivale a dizer que se pode meter em tudo? Penso que não. Nem eles nem os outros partidos. Odeio falar de política neste espaço, mas não é disso que se trata. Trata-se de um assunto de saúde, mais exatamente de um assunto de prescrição de medicamentos, a chamada prescrição médica. Tem esse nome por isso mesmo, porque compete aos médicos serem os responsáveis por essa prescrição.

 

Se há algum medicamento que eu muitas vezes ponho em causa o seu bom uso, é o metilfenidato (mais conhecido por Ritalina), mas quem sou eu para julgar uma prescrição médica? Sou farmacêutica, mas sei que a prescrição do medicamento e a sua necessidade em determinado doente, compete inteiramente ao médico. Parece que os senhores do PAN não têm a mesma opinião e acham que devem interferir nesta pescrição, proibindo os médicos de prescrever Ritalina a crianças com menos de seis anos. 

 

É verdade que já há alguns anos se fala nisto e que muitos especialistas contestam o uso deste psicofármaco em crianças com menos de seis anos. Algumas novas linhas orientadoras (por exemplo, o National Institute for Health and Clinical Excellence -NICE), referem que estes medicamentos não devem ser prescritos a menores de cinco anos e, apenas como último recurso, devem ser usados por crianças mais velhas. 

Em Portugal, em casos muito especiais, são receitados a crianças de menor idade, pois o seu uso não está proibido. Convém realçar que os medicamentos usados em casos de défice de atenção e hiperactividade, só são prescritos como tratamento de última linha, quando a terapia comportamental não resulta. Pelo menos, assim deveria ser...

 

Concordo inteiramente com a classe médica. “Esta decisão não compete a políticos, deputados ou qualquer outra pessoa que não seja especialista ou esteja habilitada a avaliar a necessidade desse medicamento.”

Deixem que sejam os médicos, os farmacêuticos e todos aqueles que estudam o bom uso dos medicamentos, a tratar do assunto e a tomar a decisão mais acertada, sempre em prol da melhor saúde dos doentes! Mais uma vez, aplica-se muito bem o ditado: “cada macaco no seu galho”.

 

 

 

publicado às 14:42

 

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A Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos (Infarmed) publicou ontem mais uma nota na sua plataforma, na qual apela à notificação de reações adversas a medicamentos (RAM), por parte dos utentes e profissionais de saúde. As notificações devem ser registadas no portal RAM.

 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define reação adversa a medicamento (RAM) como “qualquer resposta prejudicial ou indesejável e não intencional que ocorre com medicamentos em doses normalmente utilizadas no homem para profilaxia, diagnóstico, tratamento de doença ou para modificação de funções fisiológicas”. Não são consideradas reações adversas os efeitos que ocorrem depois do uso acidental ou intencional de doses maiores que as habituais.

 

O portal RAM é da responsabilidade do Infarmed) e permite notificar reações adversas a medicamentos em apenas cinco minutos, facilitando todo o processo.

Para uma notificação ser válida, basta aceder ao portal e fornecer 4 informações:

- a(s) reação(ões) adversa(s);
- o(s) medicamento(s) suspeito(s) de ter(em) causado a RAM;
- os dados do doente (como iniciais ou idade ou sexo), sendo sempre garantida a confidencialidade dos dados do notificador e do doente;
- os meios de contacto do notificador da RAM.

 

Após receção e validação da notificação no portal, a informação é avaliada por uma equipa de farmacêuticos e médicos especialistas em segurança de medicamentos. A informação do caso, totalmente anonimizada, é enviada para as bases de dados europeia (Eudravigilance) e mundial da OMS (Vigibase) para efeito de uma avaliação permanente mais abrangente do perfil de segurança do medicamento.

 

As reações adversas a medicamentos são mais comuns do que se pode esperar e nunca se pode garantir que um medicamento é completamente seguro. 

Muito importante neste campo é saber distinguir uma reação adversa de um erro de medicação. Os erros de medicação são comuns, incluindo erros de prescrição, dispensação ou administração. Estes erros devem ser identificados e corrigidos,mas não são reações adversas. Neste campo, o farmacêutico tem um papel fundamental e pode ajudar a distinguir o que não está a correr bem com a terapêutica instituída a determinado doente.

 

 

O grande problema é que, muitas vezes, tudo não passa de uma simples conversa ao balcão ou no gabinete e nada é notificado. Só com a ajuda de todos (utentes e profissionais de saúde), podemos ter este campo a funcionar em prol da nossa saúde.

Notificar tudo aquilo que se passa com os medicamentos vai contribuir para a monitorização contínua da segurança dos mesmos e para uma avaliação permanente dos seus benefícios/riscos.

 

 
 

 

 

 

 

publicado às 09:12

Desfrutar o calor com saúde

por dicasdefarmaceutica, em 17.08.18

 

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Já saiu mais uma revista Inominável e com ela mais um artigo “Dicas de Farmacêutica”. Como vêm aí mais dias quentes, vejam as recomendações para desfrutarem esses dias com saúde. Acedam AQUI à revista digital e deliciem-se com os artigos publicados nesta edição.

 

A cada Verão, têm-se vindo a registar temperaturas mais elevadas e as estações do ano deixaram de existir com as características que aprendemos na escola. As folhas do Outono às vezes caem no Inverno; o frio do Inverno vem cada vez mais tarde, mas também cada vez mais rigoroso; a Primavera deixou quase de existir; o Verão vem quando lhe apetece, com ondas de calor que não são nada benéficas para a nossa saúde.

O corpo humano dispõe de vários mecanismos para regular a temperatura (termorregulação), mas quando está sujeito a um calor muito intenso, pode perder a capacidade de fazer esta regulação e a temperatura corporal pode aumentar muito, o que acontece sobretudo em pessoas mais frágeis, como idosos, doentes crónicos, grávidas, bebés e crianças.

 

PRINCIPAIS PROBLEMAS DE SAÚDE QUE SURGEM COM O CALOR EXEGERADO:

 

Golpe de calor ou Insolação - Acontece quando o corpo atinge rapidamente uma temperatura muito elevada e os principais sintomas são: febre alta, pele vermelha, seca e sem suor, pulso rápido, dor de cabeça, confusão, tonturas, náuseas e perda de consciência.

Desidratação - Acontece quando o corpo perde uma quantidade de água e sais minerais superior à sua ingestão e os principais sintomas são: fraqueza, tonturas, cansaço, boca seca, sede excessiva, diminuição do volume da urina ou ausência de lágrimas.

Esgotamento - Não é imediato e pode desenvolver-se alguns dias após a exposição ao calor extremo. Os principais sintomas são: transpiração exagerada, palidez, cãibras musculares, cansaço, fraqueza, dor de cabeça, náuseas e vómitos, pele fria e húmida e respiração rápida e superficial.

Quando algum destes problemas surge, é fundamental permanecer à sombra, arrefecer o corpo e ingerir líquidos, preferencialmente água. Muitas vezes, estas situações requerem ajuda médica imediata.

 

Como acontece com a grande maioria dos problemas de  saúde, o melhor é mesmo prevenir e saber o que fazer quando o calor “aperta”.

 

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 COM O CALOR, DEVE ADOTAR AS SEGUINTES MEDIDAS DE PREVENÇÃO:

 

- Beber líquidos com frequência, mesmo sem sede, evitando o álcool, a cafeína e bebidas gaseificadas.

- Evitar esforços físicos (desportos) e atividades ao ar livre nas horas de maior calor.

- Refrescar o corpo sempre que necessário.

- Permanecer em locais frescos nas horas mais quentes do dia, quando a radiação solar é mais intensa.

- Usar roupas leves e frescas, que cubram a maior parte do corpo. Utilizar chapéu e óculos de sol.

- Viajar nas horas de menor calor.

- Utilizar protetor solar com fator igual ou superior a 30 e renovar a sua aplicação de duas em duas horas e após os banhos de praia ou piscina. Evitar a exposição direta ao sol entre as 11h e as 17h.

- Ter especial atenção às pessoas mais vulneráveis: idosos, grávidas, doentes crónicos, bebés e crianças.

 

MEDICAMENTOS E CALOR

 

Quando está muito calor, alguns medicamentos podem agravar os perigos decorrentes de uma exposição prolongada ou intensa ao calor. As pessoas que tomam medicamentos devem ter alguns cuidados extra e algumas vezes necessita de ajustes na dosagem, como acontece, por exemplo, em caso de desidratação.

 

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Como tal, necessitam de vigilância acrescida:

- Medicamentos destinados ao tratamento da doença cardíaca.

- Medicamentos para a tensão, que podem agravar uma hipotensão.

- Diuréticos, que podem aumentar a desidratação. 

- Medicamentos que atuam a nível neurológico, pois podem interferir com o 'termostato' central do organismo e provocar aumento da temperatura. 

- Antiepiléticos 

- Medicamentos para tratamento de enxaqueca, que podem diminuir a transpiração

- Alguns antibióticos (particularmente sulfamidas) e anti-inflamatórios, que podem alterar o funcionamento normal dos rins

- Alguns medicamentos antidepressivos, antialérgicos, para a doença de Parkinson e para a incontinência urinária, que podem alterar a transpiração.

 

Durante uma onda de calor, é importante nunca interromper o tratamento sem indicação médica e nunca tomar medicamentos sem a indicação do médico ou farmacêutico, mesmo aqueles que não são sujeitos a receita médica. Se se sentir mal, deve ir a uma consulta para fazer o ajuste das doses, caso se justifique.

 

Também é importante salientar que durante os dias de muito calor, deve haver algum cuidado com o transporte dos medicamentos:

- Medicamentos habitualmente conservados no frigorífico (entre 2 a 8ºC) deverão ser transportados em sacos isotérmicos refrigerados (por ex. com acumuladores de frio), mas evitando sempre a sua congelação.

- Todos os outros medicamentos deverão ser transportados preferencialmente em sacos isotérmicos. Mesmo utilizando sacos isotérmicos, os medicamentos não devem ser expostos durante longos períodos de tempo a temperaturas elevadas, como aquelas que se atingem nas malas ou interior dos carros estacionados ao sol.

 

Tenha estes cuidados e desfrute o calor com saúde!

 

 

 


 

 

publicado às 09:38

Imagens

Algumas das imagens presentes no blog são retiradas da Web. Na impossibilidade de as creditar corretamente agradeço que, caso alguns dos autores não autorize a sua publicação, entre em contato, para que as mesmas sejam retiradas de imediato.

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A informação contida neste blog não substitui o aconselhamento médico ou farmacêutico. O objetivo do blog, é informar sobre vários assuntos ligados à saúde em geral, e à farmácia em particular. Os vários temas são abordados de uma forma não exaustiva, acessível ao público em geral.


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