Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Este foi um dos temas mais debatidos no XXXI Congresso de Penumologia, que teve lugar no Algarve, no passado fim de semana.
A nicotina passa de forma rápida a placenta, atingindo concentrações no feto 15% superiores às do sangue materno.
Aflige-me sempre ver uma grávida fumar, mas quando se fala nisso, vêm sempre as teorias de que a ansiedade de não fumar pode ser mais prejudicial...blá,blá, blá...
Pois é, o que é certo é que no estudo europeu, cerca de 90% das mulheres fumadoras deixaram o tabaco durante a gravidez, enquanto que no estudo português, a percentagem foi de apenas 47%. Parece que a Europa está mais consciente dos perigos do tabaco durante esta fase da vida da mulher e que Portugal, aqui neste cantinho plantado, não quer encarar de vez este grave problema para a saúde do feto, e aconselhar todas as grávidas a deixar de fumar.
Para Ana Figueiredo, Coordenadora da Comissão de Tabagismo da SPP (Sociedade Portuguesa de Pneumologia), "o tabagismo é algo que deve ser combatido independentemente da idade e da condição física. Conhecidos os riscos do tabaco na gravidez, é fundamental promover uma maior consciência de grupos sensíveis como as grávidas e, à semelhança do álcool, dever-se-ia incutir a total proibição do seu consumo, sem qualquer exceção".
Também Joana Abreu Lopes, Psiquiatra do Hospital de Vila França de Xira, diz que "é um erro manter os hábitos tabágicos durante a gravidez, ainda que reduzidos. Apesar de muitos médicos defenderem o limite de 5 cigarros/dia como forma de combater a tensão gerada pela privação de nicotina, a verdade é que existem inúmeras formas seguras de combater os sintomas associados à privação de tabaco".
Se está grávida ou se está a pensar engravidar e é fumadora, pense nisto:
- O risco de aborto aumenta duas vezes para as mulheres fumadoras.
- O risco de uma gravidez extra-uterina aumenta três vezes para as mulheres fumadoras.
- O tabaco aumenta 3 vezes o risco de parto prematuro.
- O tabaco aumenta o risco de atrasos no crescimento intra-uterino.
- O tabaco pode conduzir a malformações fetais e a algumas situações de morte fetal.
- Após o nascimento, o risco de morte súbita do bebé aumenta, caso a mãe tenha fumado durante a gravidez.
- As infeções respiratórias e a asma são mais frequentes nos bebés de mães fumadoras.
O tabagismo passivo apresenta perigos equivalentes aos do consumo do tabaco, por isso, durante a gravidez, evite todos os locais com fumo e não hesite em pedir que não fumem à sua volta.
E, já agora, um vídeo que eu gosto muito:
Um dos suplementos aconselhados às mulheres grávidas ou que estão a pensar engravidar é o ácido fólico.
Ouvi hoje no noticiário da manhã uma notícia relativa a um estudo feito pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e da Universidade Católica (UC), publicado no "Journal of Endocrinology", que prova que a sobredosagem deste componente é prejudicial para o bebé.
Já sabia que muitas grávidas tomam ácido fólico em excesso, mas não tinha conhecimento dos malefícios que este podia fazer.
A suplementação adequada de ácido fólico (componente da vitamina B) durante o primeiro trimestre da gravidez, e mesmo antes da concepção, pode ajudar a prevenir algumas malformações graves nos bebés.
O ácido fólico é essencial para a multiplicação e divisão celular e previne os Defeitos Abertos do Tubo Neural (DTN). A preocupação da toma deste suplemento nesta fase deve-se ao momento em que o tubo neural do bebé se forma e fecha (entre o 17º e 30º dia após a concepção).
O tubo neural dará origem aos hemisférios cerebrais, ao tronco cerebral, cerebelo e medula espinhal. Se o tubo neural não fechar corretamente, pode dar origem a várias malformações.
Segundo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), para uma mulher saudável: "O ácido fólico é uma vitamina do complexo B12 necessária para o crescimento do feto e o desenvolvimento normal da gravidez. A suplementação em ácido fólico em 400 µg/dia deve ser iniciada dois a três meses antes de a mulher engravidar, com o objetivo de prevenir malformações no cérebro do bebé."
(As doses recomendadas às mulheres com antecedentes familiares de defeitos do tubo neural são 10 vezes superiores.)
O problema está na dosagem. A grande maioria das mulheres está a tomar mais ácido fólico do que o recomendado e, segundo estudos recentes, esta sobredosagem pode ser prejudicial para o bebé, podendo originar problemas de diabetes e obesidade. Não se trata do caso "quanto mais melhor"...
Muitos dos medicamentos aconselhados têm uma dosagem de 5 mg de ácido fólico, sendo o aconselhado 12 vezes menos, ou seja, 0,4 mg por dia.
Na realidade, os novos suplementos alimentares têm a dosagem recomendada de ácido fólico mas o preço destes produtos é elevado para a grande maioria das mulheres. Ficam aqui alguns exemplos:
Se está a tomar estes ou outros suplementos, veja a dosagem na bula ou na caixa e pergunte ao seu médico o que deve fazer.
Deve também ter atenção à alimentação. Existem alguns alimentos ricos em ácido fólico, nomeadamente os vegetais verdes, a laranja, o ovo, os produtos lácteos fermentados, os cereais e o feijão. Normalmente, a ingestão de alimentos ricos em folatos não dispensa a suplementação de ácido fólico.
Toda a grávida sente necessidade de muita informação sobre a sua "barriguinha", sobretudo quando se trata do primeiro bebé. Felizmente, já existem aplicações gratuitas para as futuras mamãs seguirem, durante os noves meses.
Consultei várias, mas duas pareceram-me de bastante qualidade, são em português e ambas foram desenvolvidas a partir de conteúdos certificados por médicos especialistas e outros profissionais de saúde.
App "A MINHA BARRIGA"
Esta aplicação Barral é dedicada à futura mamã, dando-lhe todas as informações importantes sobre o desenvolvimento do bebé durante as 40 semanas de gestação.
Dá também conselhos diários de saúde e bem-estar para a grávida.
"A minha barriga" permite à futura mamã fazer uma gestão das suas consultas e exames, de modo a nada falhar durante este tempo.
Dá também muitas dicas importantes, como a lista de tudo aquilo que é necessário levar para a maternidade, de modo a ter tudo pronto quando chegar a hora do parto.
Nesta aplicação, achei piada poder fazer-se um registo fotográfico do desenvolvimento da barriga da grávida.
Esta aplicação está disponível para IOS e Android. É compatível com iPhone, iPad e IPod touch.
App "A MINHA GRAVIDEZ"
A Bial lançou este mês esta aplicação gratuita de grande qualidade.
Na "minha gravidez", a futura mãe pode fazer um acompanhamento personalizado da sua gravidez, acompanhando mês a mês, a evolução e crescimento do bebé.
O sistema de dicas diárias permite à grávida acompanhar as alterações do seu corpo e tirar muitas dúvidas, que não cessam de aparecer durante estes nove meses.
Também achei muito útil o sistema de lembretes diários para a toma de medicação e para a marcação de exames e consultas.
A concepção desta aplicação reuniu médicos, enfermeiros, psicólogos e outros profissionais de saúde, com o objetivo de dar à grávida mais uma ferramenta para acompanhamento da sua gravidez com toda a segurança.
Esta aplicação está disponível para IOS e Android. A versão computador está disponível no site www.novemeses.pt