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Medicamentos utilizados na dor crónica

por dicasdefarmaceutica, em 02.04.15

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Na dor crónica, a grande procupação é o uso descontrolado dos medicamentos.

Com dores prolongadas, a vontade é tomar comprimidos até aliviar a dor e tal, muitas vezes, não acontece.

Como referi no post em que falei da dor crónica (VER AQUI), o principal é resistir à vontade de se automedicar e seguir todas as indicações dadas pelos profissionais de saúde.

 

Os analgésicos com menor risco e maior tolerância para o doente em causa são sempre os mais recomendados.

Podemos dividir os analgésicos em três grupos:

1 - Analgésicos não opiáceos

2 - Analgésicos opiáceos

3 - Analgésicos adjuvantes

 

1 - Analgésicos não opiáceos

Neste grupo temos o Paracetamol e os Anti-inflamatórios não esteróides (AINE).

O Paracetamol tem uma grande atividade analgésica, mas uma escassa eficácia anti-inflamatória, por isso, quando a dor está associada a um processo inflamatório, pode não ser o mais eficaz.

Os AINE interferem com o sistema das prostaglandinas, o que lhes confere uma ação analgésica, tendo também um importante poder anti-inflamatório.

Destes, destaca-se o ácido acetilsalicílico (aspirina), antiagregante por excelência, também é muito utilizado pelas suas propriedades analgésicas. A aspirina pode originar hemorragias e pode irritar o estômago, causando úlceras pépticas, pelo que deve ser utilizada com as devidas precauções.

A escolha do AINE a utilizar varia muito de doente para doente. Os derivados do ácido propiónico, como o ibuprofeno, são dos mais utilizados no combate à dor crónica, mas existem outros: diclofenac, indometacina, naproxemo, piroxicam, etc...

Os principais efeitos adversos dos AINE são os efeitos gastrointestinais e a toxicidade renal.

 

2 - Analgésicos opiáceos ou opióides

Estes analgésicos são atualmente bastante prescritos para os doentes portadores de dor crónica.

Como se trata de medicamentos que podem gerar alguma dependência física e psicológica, durante muito tempo estavam sempre associados às dores oncológicas e às dores terminais.

Neste momento e de acordo com as estatísticas médicas, mais de 1,5 milhões de portugueses deveriam estar medicados com analgésicos opióides, fracos ou fortes, para controlar a sua dor crónica.

Destes medicamentos, o mais representativo é a morfina, derivado do ópio, utilizado desde sempre no tratamento da dor.

Um dos opióides mais utilizado na atualidade é o tramadol, que atua no sistema nervoso central e é muito eficaz no tratamento da dor crónica; muitas vezes, está associado ao paracetamol.

Nunca se deve fazer uma interrupção brusca de um tratamento prolongado com um analgésico opióide, pois pode provocar um sindroma de abstinência.

Estes analgésicos têm alguns efeitos secundários, muito dependentes da dose utilizada, nomeadamente, obstipação, retenção urinária, náuseas, vómitos e sonolência.

 

3 - Analgésicos Adjuvantes

São aqueles que, adequadamente combinados com os analgésicos, facilitam o tratamento da dor.

Por vezes, estes fármacos potenciam o efeito dos outros analgésicos; outras vezes, são utilizados pelo seu efeito benéfico sobre o estado de ânimo do doente.

Destes, destacam-se:

- Antidepressivos: tendo só por si uma ação analgésica, são muito importantes para reduzir a dose dos outros analgésicos.

- Anticonvulsivantes: com efeitos na condução nervosa, são particularmente eficazes na dor neuropática.

- Ansiolíticos: reduzem a ansiedade, a agitação e atuam como relaxantes musculares. Destes, destacam-se as benzodiazepinas, cujo uso deve ser devidamente controlado pelo médico assistente.

- Corticosteróides: são muito utilizados para reduzir a inflamação e o edema, atuando também para o alívio da dor crónica.

 

Quando falamos de dor, seja ela crónica ou aguda, cada doente é um caso e deve ser devidamente aconselhado pelo médico.

Nem sempre é fácil acertar à primeira com o medicamenton para a dor que se prolonga no tempo. Não se esqueça que pode demorar algum tempo a encontrar o ou os medicamentos certos para cada caso e isso não significa que o médico não está a ser competente e a tentar resolver da melhor forma o caso que tem à sua frente...

publicado às 18:03

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