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O Omeprazol já foi tema de conversa aqui no blog várias vezes.
Em 2014 referi que "A utilização prolongada de Omeprazol pode ser prejudicial."Também neste ano, um artigo na revista científica da Associação de Médicos Americanos (JAMA), falava da associação deste medicamento à carência de Vitamina B12 nos doentes que faziam um uso prolongado do mesmo.
Em Setembro de 2016, voltei ao tema com números, pois "O consumo de Omeprazol subiu 120% em dez anos". Também em 2016, a Associação de Médicos Americanos publica na sua edição JAMA Neurology on-line, um estudo que relaciona a toma prolongada de Omeprazol com o risco de demência em doentes idosos.
Apesar dos alertas, a utilização prolongada deste fármaco, sem indicação médica (MNSRM - Medicamento Não Sujeito a Receita Médica) continua, e Portugal é campeão de vendas. Em 2016, os portugueses compraram mais de 2,1 milhões de embalagens de Omeprazol.
Na sequência destes números, o Infarmed vai lançar já no mês de fevereiro, uma campanha de sensibilização que alerta para o uso exagerado do Omeprazol e para os riscos da automedicação.
Este fármaco pertence à classe dos inibidores da bomba de protões e tem como indicação clínica a úlcera gástrica e a doença do refluxo gastro esofágico. O seu uso exagerado deve-se sobretudo à sua utilização para situações de azia ou enfartamento, quando existem alternativas no mercado para esse fim.
Contudo, e penso que é importante referir, o Omeprazol é um medicamento seguro quando prescrito pelo médico, pois este pode monitorizar o seu uso, ajustando doses, fazendo medição de alguns parâmetros (como por exemplo a Vitamina B12), enfim, personalizando a utilização do medicamento a cada doente, como deveria ser feito em todos os casos.
Se toma Omeprazol por indicação médica e tem dúvidas, fale com o médico para confirmar o uso prolongado deste medicamento. Por vezes, a sua utilização é limitada a um certo período de tempo e convém parar, quando tal se justificar.
Se tem por hábito tomar Omeprazol para se "sentir mais bem disposto" após uma almoçarada, convém rever este hábito e encontrar uma alternativa junto do seu médico ou do seu farmacêutico.