Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
São muitas as dúvidas sobre a contracepção de emergência, mais usualmente chamada de pílula do dia seguinte. Vamos esclarecer algumas delas.
1 - Quando posso tomar a pílula do dia seguinte?
A pílula do dia seguinte tem como objetivo evitar uma gravidez não planeada, devendo ser utilizada apenas quando um dos outros métodos anticoncepcionais falhou, nomeadamente:
- Quando o preservativo saiu ou se rompeu;
- Quando se esqueceu de tomar a pílula ou vomitou nas duas horas após a toma;
- Quando, por qualquer motivo, interrompeu o método anticoncepcional habitual;
- Quando o anel vaginal foi expulso antes do tempo;
- Quando o dispositivo intra-uterino se deslocou;
- Quando falhou o coito interrompido;
- Quando se esqueceu de usar qualquer método (não podem haver muitos esquecimentos...);
- Quando foi obrigada a ter relações sexuais não protegidas (violação);
A pílula do dia seguinte deve ser tomada o mais rápido possível (preferencialmente dentro das primeiras 72 horas - 3 dias) após a relação sexual. Existem já algumas pílulas que podem ir até às 120 horas (5 dias).
2 - Substitui a pílula que tomo habitualmente?
Não substitui a pílula ou outro método anticoncepcional que toma habitualmente. Como o seu nome indica, é um método anticoncepcional de emergência, para ser usado ocasionalmente, em situação de emergência.
Trata-se de uma "bomba hormonal", podendo ocasionar efeitos colaterais graves, quando usada repetidamente.
3 - Tem efeitos secundários?
Altera o ciclo menstrual, antecipando o momento da menstruação (normalmente, uma semana após o uso da pílula). Se a menstruação não aparecer nesse período, deve fazer um teste de gravidez para tirar dúvidas.
Os efeitos secundários mais comuns são náuseas e vómitos. Se vomitar nas 3 horas após a toma, deve repetir a mesma.
Podem também ocorrer tonturas, dores de cabeça, sensibilidade dos seios, dor abdominal e pequenas hemorragias vaginais.
4 - Existem vários tipos de pílulas do dia seguinte?
Sim, existem as pílulas com Levonorgestrel e outras com Acetato de Ulipristal.
As pílulas com Levonorgestrel foram as primeiras a aparecer (Postinor, Norlevo, etc...) e são constituídas por progesterona sintética, que atua por três mecanismos:
- Inibe a ovulação;
- Impede a fertilização do óvulo pelo espermatozóide;
- Impede que o óvulo fecundado se aloje no útero.
Existem caixas com 2 comprimidos de 0,75 mg, os quais devem ser tomados juntos ou separados por um intervalo de 12 horas; existem também caixas de 1 comprimido de 1,5 mg, que é de toma única.
As pílulas com Acetato de Ulipristal (EllaOne) adiam a ovulação. Assim, neste caso, quando o óvulo é libertado, os espermatozóides já não conseguem fecundá-lo.
Trata-se de uma pílula de 1 comprimido de 30 mg de toma única.
Contrariamente às pílulas com Levonorgestrel, esta pílula (EllaOne) pode atrasar a ovulação mesmo quando está prestes a ocorrer (maior perigo de fecundação).
Também tem a vantagem de manter a sua eficácia até às 120 horas (5 dias) após a relação sexual.
5 - A pílula do dia seguinte é abortiva?
Não é abortiva. O aborto é a perda do embrião que está a desenvolver-se dentro do útero. Esta pílula atua antes de poder ocorrer a gravidez.
Se já houver gravidez, esta não será interrompida pela toma desta pílula.
LEMBRE-SE:
- Solicite a contracepção de emergência numa farmácia e aconselhe-se sempre com o farmacêutico sobre as tomas, as contra-indicações, os efeitos secundários e a mais aconselhável para o seu caso.
- Tome a pílula do dia seguinte assim que possível após uma relação sexual não protegida ou falha do método contraceptivo utilizado.
- A toma desta pílula não protege contra uma gravidez resultante de relações sexuais futuras nem contra doenças sexualmente transmissíveis.
- A PÍLULA DO DIA SEGUINTE É UM MÉTODO ANTICONCEPCIONAL DE EMERGÊNCIA.
Aconselho-vos ainda a ler este website informativo sobre contracepção de emergência.