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Hoje, Dia Mundial de Alzheimer, não vou falar das "tristezas" desta doença, mas sim de uma notícia cheia de esperança para tantas famílias.
"Pessoas que sofrem da Doença de Alzheimer podem não ter perdido a memória e têm apenas dificuldades em recuperá-la", concluem investigadores conduzidos pelo Nobel da Medicina Susumu Tonegawa, que recentemente revelaram a possibilidade de um tratamento curar os estragos provocados pela demência.
“Como seres humanos e ratos camundongos tendem a ter princípios comuns em termos de memória, os nossos resultados sugerem que os pacientes com a doença de Alzheimer, pelo menos nos estádios iniciais, podem preservar a memória. Ou seja há hipóteses de cura”, comentou Susumu Tonegawa à agência de notícias France Presse. A equipa de Tonegawa usou este tipo de animais geneticamente modificados para mostrar sintomas semelhantes aos dos seres humanos que sofrem de Alzheimer. Os animais foram colocados em caixas cuja superfície inferior estava eletrificada, causando uma descarga desagradável, mas não perigosa, sobre os seus membros sempre que os animais tocassem nessa estrutura. Um rato que não tem Alzheimer desenvolve comportamentos medrosos, evitando a sensação desagradável. Camundongos com Alzheimer não reagem da mesma forma, indicando que não guardam nenhuma memória da experiência dolorosa.
No entanto, quando os cientistas estimulam áreas específicas do cérebro dos animais, as chamadas “células de engramas” relacionadas com a memória, usando uma luz azul, os ratos acabam por se lembrar da sensação desagradável ou pelo menos desenvolvem comportamentos para evitar os choques elétricos.
O mesmo resultado foi observado também quando os animais eram colocados num recipiente diferente durante o estímulo, o que sugere que a memória se manteve.
Ao analisar a estrutura física do cérebro dos ratos, os investigadores mostraram que os animais afetados com a doença de Alzheimer tinham menos “espinhas dendríticas”, através das quais as conexões sinápticas são formadas. Com a repetição dos estímulos lumínicos, os animais podem incrementar o número de espinhas dendríticas atingindo o níveis dos ratos saudáveis.
“A memória de ratos foi recuperada através de um sinal natural”, disse Tonegawa, referindo-se ao recipiente que causava o comportamento de medo.
“Isto significa que os sintomas da doença de Alzheimer em camundongos foram curados, pelo menos nos estádios iniciais”, disse.
Esta investigação é a primeira a mostrar que o problema não é a memória, mas as dificuldades na sua recuperação. Será um processo fácil de utilizar em humanos? Parece que a cura ainda está longe, mas a esperança de um diagnóstico cada vez mais precoce, pode levar a resultados e comportamentos diferentes dos actuais.
A Organização Mundial de Saúde estima que em 2050 a demência afete 131 milhões de pessoas. A doença de Alzheimer é o tipo de demência mais comum, afetando entre 50% a 70% dos casos de demência a nível nacional.
Neste dia, é importante lembrarmos que esta doença é uma realidade e estarmos atentos aos sintomas. Convém também lembrar que, além dos factores genéticos, o estilo de vida, a alimentação, a saúde, o exercício físico e o exercício mental ajudam a travar o avanço da doença.