por dicasdefarmaceutica, em 10.08.14
Ontem falei da cadeia Boots e hoje tive mesmo que ir a uma das lojas, no centro de Edimburgo porque uma amiga se esqueceu de uns comprimidos de medicação crónica para os dois dias que nos faltam para regressar a Portugal.
Dois balcões no atendimento farmacêutico: um para "medicines" (medicamentos) e outro para "prescriptions" (medicamentos com receita médica). Como não tínhamos receita, dirigimos-nos ao primeiro balcão; com muito profissionalismo, a técnica que nos atendeu perguntou o nome da minha amiga e encaminhou-a para a o gabinete de consulta ("consultation room"); informou que seria chamada pelo nome e que esperaria cerca de dez minutos para ser atendida pela farmacêutica.
No tempo previsto foi chamada e explicou a situação; faltavam-lhe comprimidos de Prednisolona para dois dias.
A farmacêutica consultou o prontuário para se certificar do nome e dosagem equivalente e foi buscar o medicamento numa caixa original. Abriu a referida caixa, cortou o blister com uma tesoura e dispensou a quantidade exata de comprimidos para dois dias. A minha amiga deixou o nome, a morada, o nome do médico que lhe receitou o referido medicamento e a especialidade do mesmo (reumatologia). Pagou apenas o preço pelos comprimidos dispensados e ficou com o problema resolvido.
Quando entrei ainda pensei que poderia identificar-me como farmacêutica para facilitar o processo mas, na realidade, tudo correu de uma forma tão natural que não houve necessidade de complicar o que estava a ser tão fácil. Não houve qualquer desconfiança e também não houve "facilitismo" no atendimento e na dispensa de um medicamento sujeito a receita médica.
Fica aqui esta nota para, como farmacêuticos, continuarmos a questionarmo-nos porque é que coisas tão óbvias às vezes são tão complicadas, porque é que continuamos a não poder dispensar doses unitárias...na realidade, ainda temos um grande caminho a percorrer...