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Foi no dia 19 de dezembro que o auditório da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa passou a chamar-se Auditório Maria Odette Santos Ferreira, em homenagem à minha Professora da cadeira de Virologia, já lá vão quase 30 anos.
Mas a Professora Odette Ferreira (era assim que lhe chamávamos), não era apenas Professora; era e será sempre uma referência nacional e internacional na área da Virologia. Foi esta Sra. Professora que ajudou a colocar o nosso país num lugar cimeiro na ciência a nível mundial, com a identificação do vírus da imunodeficiência humana tipo 2. Em Portugal e no mundo das ciências, este é um nome que estará sempre ligado às grandes descobertas relacionadas com a SIDA.
A Professora Maria Odette Santos Ferreira destacou-se no ensino, na investigação e também na defesa da saúde pública. Por tudo isso, foram-lhe já atribuídos muitos prémios, aliás, parece que todos os anos ouvimos o seu nome relacionado com prémios. Isto deve-se também ao “Prémio de Investigação Científica Professora Doutora Maria Odette Santos Ferreira”, que foi instituído em 2010, e que desde então tem impulsionado a realização de trabalhos de investigação por farmacêuticos.
Tendo sempre como foco os doentes, em 1993 a Professora Odette propôs o projeto de troca de seringas “Diz Não a Uma Seringa em Segunda Mão”, muito revolucionário na altura, mas que iria atacar o problema pela raiz. De acordo com dados da ANF, entre 1993 e Dezembro de 2008 tinham sido recolhidos mais de 43 milhões de seringas.
Todas estas razões chegariam para nos lembrarmos sempre da Professora Odette Ferreira, mas como a própria disse na terça-feira, “Este auditório simboliza para mim a eternidade, a eternidade da alma. Sempre aqui estarei para reforçar a nossa entidade farmacêutica, o nosso rigor e a nossa missão de olhar para o doente como a nossa razão de ser”.
Sempre impecavelmente vestida, ainda hoje mantém o seu ar imponente e ativo, apesar dos anos de experiência acumulados. Parece-me mesmo, como alguém dizia, que “as células não têm idade”...