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Hoje li uma notícia sobre uma sessão que decorreu no Instituto de Investigação e Inovação em Saúde na Universidade do Porto (i3S), em que o bioquímico britânico Paul Nurse esclareceu alguns dos mitos associados ao cancro e à sua prevenção. Este cientista recebeu o Prémio Nobel de Fisiologia e Medicina em 2001.

Nurse, nos anos 70, com recurso a células de levedura, descobriu como é controlado o ciclo celular em todos os organismos. Essa descoberta revolucionou o conhecimento sobre muitas doenças onde o ciclo celular está afetado, com grande impacto nas doenças humanas em que ocorrer proliferação descontrolada das células, como no caso do cancro.

 

Como concordo em absoluto com aquilo que Paul Nurse disse, vou partilhar convosco as duas ideias principais que ficaram deste encontro:

 

1. O bioquímico considera que um dos maiores mitos relacionados com o cancro “é pensar-se que se trata de uma única doença”. Realmente, podemos dizer que o cancro são várias doenças onde a reprodução celular está descontrolada. Se fosse uma doença única, seria mais fácil de controlar. Este descontrole é o principal fator que faz com que seja tão difícil tratar o cancro e que nos torna tão impotentes perante esta doença, que continua a ser assustadora.

 

2. Relativamente à prevenção, o “grande problema” identificado pelo cientista prende-se com o facto de, na comunidade científica, haver investigadores que utilizam somente a genética para estudar o cancro, enquanto outros estudam somente os fatores externos, quando, na realidade, “ambos são importantes e precisam de ser estudados juntos”. ”Não é suficiente saber muito sobre os genes ou sobre os fatores externos que podem levar a doenças, o que é mesmo importante é estudá-los juntos”, acrescentou. 

Na realidade, quem fuma tem mais probabilidade de ter cancro do pulmão e isto é aquele fator externo que se pode controlar. Mas e quem não fuma? Pode também desenvolver cancro se a carga genética herdada dos antepassados vier com este “peso”. Também quem se expõe ao sol, tem maior probabilidade de ter cancro de pele, o que não exclui a 100% aqueles que têm uma exposição solar responsável.

 

A juntar aos factores externos e à carga genética, vem outra realidade: “de todas as vezes que uma célula se divide e se reproduz, ocorrem erros”, o que vai decorrendo “ao longo da vida de todos os seres humanos. Consoante se vai envelhecendo, esses danos podem acumular, não havendo nada que se possa fazer acerca disso. Só o facto de estarmos vivos vai resultar em danos nos genes que podem provocar cancro e, quanto mais tempo vivemos, maior a probabilidade de ocorrerem incidentes”, notou o investigador britânico, que trabalhou no Imperial Cancer Research Fund (atualmente Cancer Research UK), do qual se tornou director em 1996.

 

De acordo com tudo o que foi dito e apesar dos grandes avanços no tratamento do cancro, segundo Paul Nurse, “o cancro nunca poderá ser erradicado”. Podemos controlar os fatores externos, mas é impossível controlar a herança genética recebida e  continua a ser difícil controlar a divisão celular.

A grande esperança está no controle desta divisão celular, principalmente através da “manipulação do sistema imunitário”. 

Prometo voltar a este assunto amanhã.

 

 

 

 

 

 

 

publicado às 15:52

Medicamento que previne a SIDA só chega a 100 pessoas

por dicasdefarmaceutica, em 05.06.18

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Nos Estados Unidos, o Truvada, medicamento que combina os antirretrovirais tenofovir e emtricitabitina, foi aprovado como medicação para profilaxia pré-exposição (PrEP) em 2012.

Desde essa data, o medicamento era indicado só para adultos acima de 18 anos dentro de determinados grupos de risco, nomeadamente, casais gays, travestis e transsexuais, profissionais do sexo, e casais sorodiscordantes (em que apenas um possui o vírus).

A partir de agora, a FDA (Food and Drug Administration) aprovou nova indicação do Truvada; pode ser utilizado por menores de 18 anos, de forma a reduzir o risco de contrair a doença (HIV-1).

 

Em Portugal, há muito tempo que está prometida a referida profilaxia pré-exposição (PrEP), mas só agora chegou em termos oficiais. E digo isto porque se sabe que alguns destes medicamentos foram comprados via internet em sites não muito recomendados e sem qualquer controlo.

A PrEP, através do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai estar disponível apenas para 100 pessoas. A informação consta do Plano de Acesso Pecoce a Medicamentos gerido pelo Infarmed. Segundo esta instituição, “o processo de financiamento deste medicamento ainda não está concluído” e a empresa Gilead (empresa que comercializa o Truvada) dispensou apenas 1200 embalagens para o Plano de Acesso Precoce.

 

Antes de iniciar este tratamento preventivo é necessário que o indivíduo faça o teste de HIV e receba o resultado negativo, que deve ser confirmado a cada três meses. Isso porque, em caso de infeção precoce, o uso do Truvada pode permitir que o vírus desenvolva resistência a medicações.

Além disso, o medicamento deve ser utilizado diariamente, conforme recomendação, junto com outras ferramentas de prevenção, como preservativos, uma vez que o Truvada não previne outras doenças sexualmente transmissíveis.

 

Esperemos que a partir de agora este assunto tenha um desenvolvimento mais rápido, pois já estamos bastante atrasados em relação a outros países e está provado que o Truvada, quando administrado convenientemente e devidamente controlado, tem uma eficácia próxima dos 100%. 

As Nações Unidas definiram como meta, alcançar os parâmetros 90-90-90 até 2020, ou seja, ter 90% da população co HIV diagnosticada, 90% desta em tratamento e 90% deste grupo a alcançar a supressão viral, ou seja, incapaz de propagar a doença.

 

Estas metas só serão alcançadas se não continuarmos a ter notícias como as do mês passado em que, por exemplo, na Venezuela, “mais de 100 mil doentes com sida estão sem tratamento com antirretrovirais” ou que “o Governo de Moçambique subiu de 1,9 para 2,1 milhões a estimativa do número de pessoas no país que vivem infetadas com o vírus que causa a sida”.

 

Em 2018 temos todos os meios científicos para controlar esta doença. Vamos aguardar que toda a outra “geringonça” funcione...

publicado às 16:29

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Easy4Colon é um projeto digital que pretende ajudar as pessoas na preparação intestinal para a colonoscopia.

 

 A colonoscopia é um exame de rastreio que pode ser usado tanto para fins de diagnóstico de doenças do cólon e do reto, como para fins de tratamento dessas doenças.

Sabe-se que apenas a colonoscopia permite visualizar de forma eficaz todo o cólon. Para que tal aconteça, o doente deve fazer uma preparação eficaz que garanta uma limpeza total do cólon, o que nem sempre acontece.

 

Realmente, por experiência própria, posso dizer-vos que o exame não custa nada (claro que fiz com sedação!), mas a preparação não é nada agradável e é preciso estar bem esclarecido sobre as inúmeras vantagens deste exame para não desistir aos primeiros golos daqueles líquidos horríveis que nos dizem para beber na véspera do exame. Garanto-vos, uns são melhores do que outros, mas nenhum é suficientemente bom para nos compensar aquele dia de (quase) jejum.

Os doentes que necessitam fazer uma colonoscopia têm frequentemente muitas dúvidas sobre este exame e, muitas vezes, essas dúvidas e receios fazem com que vão adiando este rastreio por meses ou até alguns anos.

 

De forma a simplificar o processo de preparação do respetivo exame e eliminar potenciais receios, foi desenvolvida a plataforma Easy4Colon. Esta plataforma permite ao doente simplificar toda a preparação para a colonoscopia, alertando sobre as várias etapas da preparação, horários e tirando dúvidas ao longo de toda a etapa, que deve ser realizada com todo o rigor, para que o exame seja eficaz.

 

Através da plataforma Easy4Colon, basta apenas que a entidade, o médico ou o paciente se registe no site e a partir desse momento a plataforma irá proceder à gestão e envio de informação inerente à preparação para o respetivo exame

Ao longo de semanas e dias que antecedem a colonoscopia, o paciente irá receber alertas no seu email ou telemóvel sobre os cuidados a ter para a preparação do seu exame, sendo mais fácil cumprir os pressupostos necessários sem descurar nenhuma etapa.

 

Mais uma ferramenta digital para ajudar na realização de um rastreio importante. Com esta plataforma, com o seu médico e com o seu farmacêutico, vai sentir-se mais acompanhado e mais informado sobre o que é e para que serve a colonoscopia.

 

Pode também consultar AQUI a norma da DGS (Direção Geral da Saúde) sobre a Colonoscopia diagnóstica/terapêutica no adulto.

 

Com o apoio de:

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publicado às 19:07

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Estamos na Semana Internacional da Tiroide e amanhã é o Dia Mundial da Tiroide.  Vamos falar um pouco deste painel de controlo do nosso corpo. É este o mote da 10ª Semana Internacional da Tiroide, uma iniciativa da Federação Internacional da Tiroide que, em Portugal, é liderada pela Associação das Doenças da Tiroide (ADTI).

 

Sintomas como alterações de peso, temperatura irregular, palpitações cardíacas e cansaço excessivo, podem ser indicadores de distúrbios na tiroide. Por vezes são sintomas comuns a outras doenças, sendo desvalorizados, o que atrasa muitos diagnósticos desta doença que, quando está presente, deve ser controlada o mais rapidamente possível.

  

Nestas semanas, convém falarmos de números:

As mulheres apresentam 4-7 vezes mais alterações na tiroide do que os homens;

O hipotiroidismo afeta até 10 vezes mais mulheres do que homens;

Estima-se que cerca de 5% das mulheres grávidas desenvolvem hipotiroidismo;

Entre 160-175 milhões de mulheres no mundo vivem com algum tipo de doença da tiroide, mas estima-se que cerca de 50% estejam por diagnosticar;

As doenças da tiroide atingem, em todo o mundo, mais de 300 milhões de pessoas; 
 
As doenças da tiroide são patologias muito frequentes que afetam sobretudo mulheres e cujos principais distúrbios são o hipotiroidismo e o hipertiroidismo;
 
As mulheres são as principais afetadas por esta doença, no entanto os homens também são afectados por distúrbios da tiroide;
 
O hipotiroidismo é a doença da tiroide mais frequentemente encontrada;
 
Em Portugal estima-se em cerca de 10% a incidência das doenças tiroideias, o que significa cerca de um milhão de doentes, estando grande parte delas por diagnosticar;
 
Em Portugal estima-se que uma em cada dez pessoas sofra de problemas de tiroide.
 
 
Este ano, a ADTI irá estar presente amanhã, dia 25, na Estação Ferroviária do Cais do Sodré, em Lisboa, entre as 09h00 e as 17h00, numa iniciativa de sensibilização onde será possível fazer rastreio ao hipotiroidismo e aprender mais sobre as principais doenças da tiroide. Este espaço vai contemplar várias zonas:
  • Zona de rastreios
    • Rastreios gratuitos
    • Acompanhamento médico
  • Zona de palpação
    • Awareness para autodeteção de sinais e sintomas externos
  • Zona ADTI
    • Informação sobre a Associação das Doenças da Tiróide
    • Apoio e informação à comunidade sobre as disfunções da tiróide e como lidar com a doença no dia a dia
  • Zona Ordem dos Farmacêuticos
    • Sessões formativas
    • Vídeos educacionais
    • Palestras
  • Quiz
    • Teste os seus conhecimentos no Quiz “Tira-Teimas” e desafie os seus amigos.
 
Esta iniciativa conta com o apoio da Sociedade Portuguesa de Endocrinologia, Diabetes e Metabolismo, da Geração Saudável (Ordem dos Farmacêuticos), da Merck e das Infraestruturas de Portugal.
 
Se puder, apareça ou dirija-se ao médico com as suas dúvidas! Venha “assumir o controlo”! 
Saber reconhecer os sinais associados às disfunções desta glândula é crucial para um diagnóstico e tratamento precoces, de forma a controlar eficazmente a doença. 

publicado às 18:49

Asma e Poluição Ambiental

por dicasdefarmaceutica, em 04.05.18

 

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O Dia Mundial da Asma celebra-se anualmente na primeira terça-feira do mês de maio. Ainda vou a tempo de abordar o assunto.

 

A asma é uma doença crónica muito comum e que afeta a passagem de ar de e para os pulmões, causando inflamação das vias respiratórias e dificuldade em respirar. Ela afeta mais as crianças do que os adultos e estima-se se que mais de um milhão de portugueses sofram de asma.

 

Sobre esta doença já falei várias vezes AQUI no blog, mas a sua relação com as condições ambientais é cada vez mais um assunto do dia e é considerado um grave problema de saúde pública em todo o mundo.

 

A poluição aumenta as exacerbações de asma e as infeções respiratórias que, por sua vez, pioram a asma. Além disso, alguns estudos têm sugerido que a poluição pode também aumentar a chance de uma pessoa desenvolver asma.

 

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, na população mundial, nove em cada dez pessoas respiram ar poluído e contaminado e todos os anos morrem sete milhões de pessoas por causas diretamente relacionadas com a poluição.

Os níveis de contaminação permanecem perigosamente elevados em várias regiões do globo. Os países mais pobres, na Ásia, África e Médio Oriente, são os que registam a maior percentagem de mortalidade causada pela poluição, que apresenta níveis cinco vezes superiores ao estabelecido pela OMS. 

 

Portugal não está nos países mais preocupantes neste campo pois, segundo os especialistas, na sua globalidade, a qualidade do ar atmosférico é bastante razoável. Claro que isto acontece se falarmos fora das grandes cidades, como Lisboa e Porto, e quando não há fenómenos associados aos incêndios florestais. Esperemos que este ano estejamos mais protegidos neste campo...

Em Portugal, a qualidade do ar é monitorizada englobando cinco poluentes: monóxido de carbono, dióxido de azoto, dióxido de enxofre, ozono e partículas finas ou inaláveis (que têm influência direta na saúde humana).

 

A poluição ambiental é o maior desafio para a saúde pública mundial. Controlar o tráfego, promovendo a utilização dos transportes públicos e outros meios para chegar ao destino deveria ser uma das mais importantes prioridades dos nossos governantes, mas com os preços praticados nos nossos transportes públicos, torna-se difícil mentalizar as pessoas que este deverá ser o meio mais correto para as deslocações diárias.

Está a ser feito um esforço, mas ainda estamos longe de alcançar os objetivos propostos para as nossas cidades. 

Também não deveria falar de poluição e asma sem falar do tabaco, mas este assunto fica para outro dia...

 

Temos todos que tratar de ver cada vez menos destas caras lindas a utilizar estes dispositivos.

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 Bom fim-de-semana! 

 

publicado às 10:54

Mais uma ferramenta para aprender a viver com as Alergias

por dicasdefarmaceutica, em 23.04.18

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As Alergias parece que andam de mãos dadas com a Primavera e com as flores...

Continuando o tema desta Semana Mundial das Alergias, hoje venho falar-vos de um site que já não é novidade, mas que todos aqueles que passam esta estação a espirrar devem conhecer e consultar.

Trata-se da Rede Portuguesa de Aerobiologia, criada em 2002 e que é um serviço público gratuito disponibilizado pela SPAIC – Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica.

 

O referido site tem esta introdução:

- Por si, que é um dos vários milhões de cidadãos do nosso país que sofre de doença alérgica, que conhece quem por elas é afetado ou que por qualquer outra razão se interessa por este tema;

- Por si, profissional de sáude, médico, enfermeiro, farmacêutico, técnico de diagnóstico ou de terapêutica, que pretende estar atualizado nesta temática que interessa a uma percentagem tão grande da população;

- Por si, profissional da comunicação social, que entende bem a importância de uma informação de qualidade, atingindo objetivos de divulgação, mas com forte componente educacional.

- Por si, desenvolvemos este site, resultante de uma forte colaboração de profissionais de saúde, biólogos, engenheiros, informáticos, designers, entidades públicas e privadas, a quem muito agradecemos.

Esperamos prestar-lhe um serviço útil e contamos consigo para torná-lo cada vez melhor. 

 

Neste site pode consultar o Boletim Polínico durante todo o ano, para saber as concentrações dos pólenes no ar ambiente. Esta informação é dada por região do país e por concentração do tipo de pólen. Vejam, a título de exemplo, a desta semana:

 

A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) informa a previsão para a semana de 20 a 26 de Abril de 2018.

Em Vila-Real (região de Trás-Os-Montes e Alto Douro), os pólenes encontram-se em níveis muito elevados. Na atmosfera predominam os pólenes das árvores carvalhos, pinheiro e bétula e das ervas gramíneas eparietária.

No Porto (região de Entre Douro e Minho), os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, com predomínio do pólen das árvores carvalhos, pinheiro, bétula e cipreste e das ervas urtiga e parietária.

Em Coimbra (região da Beira Litoral), os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, com predomínio dos pólenes das árvores carvalhos, pinheiro, cipreste e oliveira e das ervas urtiga e parietária.

Em Castelo Branco (região da Beira Interior), os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, na atmosfera predominam os pólenes das árvores carvalhos, pinheiro e cipreste e das ervas urtiga, gramíneas, tanchagem e parietária.

Em Lisboa (região de Lisboa e Setúbal), os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, com predomínio dos pólenes das árvores carvalhos, oliveira e pinheiro e das ervas urtiga, gramíneas, parietária e tanchagem.

Em Évora (região do Alentejo), os pólenes encontram-se em níveis muito elevados na atmosfera, com predomínio dos pólenes da árvore azinheira e das ervas urtiga, gramíneas, parietária e tanchagem.

Em Portimão (região do Algarve), os pólenes encontram-se em níveis elevados, na atmosfera predominam os pólenes das árvores carvalhos, oliveira, pinheiro e cipreste e das ervas urtiga, tanchagem, parietária, gramíneas e quenopódio.

No Funchal (região autónoma da Madeira), os pólenes encontram-se em níveis baixos, com destaque para os pólenes das árvores pinheiro e das ervas urtiga, gramíneas e parietária.

Em Ponta Delgada (região autónoma dos Açores), os pólenes encontram-se em níveis moderados, com predomínio dos pólenes da árvore pinheiro e das ervas urtiga e parietária.“

 

Este site é uma ajuda preciosa para quem sofre de Alergias, pois com a sua consulta pode, de uma forma consciente, programar melhor os seus dias, as suas férias, os seus passeios ao ar livre, evitando correr riscos e fazendo uma gestão da sua doença e da sua medicação de uma forma mais responsável. 

Boa semana!

 

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publicado às 08:29

 

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Começa amanhã a Semana Mundial da Alergia (de 22 a 28 de abril). Trata-se de uma semana da responsabilidade da Organização Mundial de Alergia (WAO) e das sociedades nacionais que a integram.

Este ano o tema escolhido é a “Dermatite Atópica - quando a pele dá comichão e inflama”.

 

A Dermatite Atópica (DA) ou eczema atópico “designa as manifestações inflamatórias cutâneas e recidivantes associadas à atopia”.

Trata-se de uma afeção benigna, não contagiosa que, na maioria dos casos, surge nos primeiros anos de vida, mas que pode surgir em qualquer idade. A prevalência da DA na população em geral estima-se entre os dois e os cinco por cento e em cerca de 15% nas crianças e adolescentes.

 

Como refere o Presidente da WAO (Dr. Ignacio J. Ansotegui),“a DA é um importante assunto de saúde pública devido ao seu impacto na qualidade de vida e ao encargo socioeconómico que lhe está associado”. É uma doença de que se fala pouco, mas que tem um impacto social e económico muito grande, sobretudo para as famílias que, na grande maioria das vezes, têm que suportar sem comparticipações, os custos dos tratamentos.

 

A dermatite atópica alterna períodos de crise com períodos de acalmia, mas os tratamentos e os cuidados com a pele nunca podem ser descuidados. Controlar todos estes períodos é fundamental para a qualidade de vida. Nos períodos de crise, o tratamento deve ser rápido e nos períodos de acalmia, a pele deve ser devidamente cuidada, mediante o uso de produtos emolientes, para reconstruir a pele e para diminuir a secura da mesma, além de outras medidas, muitas delas dependentes de cada pessoa.

 

A DA está muitas vezes associada a outras patologias alérgicas como a alergia alimentar, rinite polínica e asma.

“Devido à importância que a alergia pode desempenhar na DA, é indispensável que seja obtido um diagnóstico preciso e que haja seguimento por um alergologista ou dermatologista. Na maior parte dos indivíduos atópicos, muitas vezes diagnostica-se primeiro a DA, habitualmente em crianças, nos primeiros meses e anos de vida. A intervenção precoce pode ajudar a prevenir ou modificar a marcha atópica”, refere a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), em conjunto com a WAO.

 

Nesta semana vamos ouvir falar de alergias e de pele atópica um pouco por todo o país. Vamos estar atentos e aprender mais sobre estas doenças para podermos aconselhar os doentes quando se queixam que “a pele dá comichão e inflama”.

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publicado às 09:55

Direitos do Doente Oncológico no Site Cancro-online

por dicasdefarmaceutica, em 09.04.18

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Cada vez mais, o cancro é uma doença crónica com a qual o doente pode viver muitos anos com qualidade de vida. Contudo, sendo uma doença crónica, convém que os doentes conhçam os seus direitos, não só durante a fase mais aguda da doença, mas para toda a sua vida.

 

O site cancro-online.pt, lançado recentemente pela MSD, vem descodificar o cancro e responder a várias questões sobre a doença. Vão ao site e de certeza que vão aprender muito com a pesquisa. Vai ser um local para minha consulta de certeza, pois responde realmente a muitas questões sobre esta doença, que nunca mais pára de nos assustar.

 

Entre os vários assuntos abordados, a plataforma explica quais os direitos do doente oncológico, tantas vezes esquecidos, mas tão importantes numa doença que, normalmente, é para toda a vida. Falando destes direitos, vou nomear aqui os mais básicos e gerais, que todos os doentes devem conhecer, nomeadamente:

- Direito à isenção das taxas moderadores

- Direito a transporte para tratamentos, exames e consultas

- Direito a benefícios fiscais 

- Direito a benefícios no crédito à habitação

- Benefícios nas contas poupança-reforma

- Proteção especial na invalidez

- Comparticipação especial na medicação oncológica não fornecida pelo hospital

 

Mas, o que é que o doente oncológico deve fazer para usufruir destes direitos?

 

1. Numa primeira fase, deverá adquirir o atestado médico de incapacidade multiusos, o único documento que faz prova legal de que é doente oncológico, devendo ser decretada uma determinada percentagem de incapacidade igual ou superior a 60%.

Para obter o atestado, deve solicitar ao médico assistente no hospital onde está a ser acompanhado o relatório clínico da sua situação de Saúde.

De seguida, este relatório deverá ser entregue no centro de Saúde da área de residência do doente para que seja convocada uma junta médica. Esse requerimento tem uma taxa associada de 50 euros e um prazo máximo de espera de 60 dias.

O doente deve sempre fazer e guardar cópia de todos os relatórios e informações médicas antes de os entregar, para que possa usá-los depois, caso seja necessário.

 

2. Uma vez tendo na sua posse o referido atestado, o doente oncológico deverá dirigir-se às Finanças, para a partir daí poder usufruir dos benefícios scais legalmente previstos.

 

Com efeito, continuamos a verificar que os Direitos dos Doentes Oncológicos são constantemente atropelados, dispersos por numerosa legislação e mal aplicados ou ignorados pelas instituições de saúde, pelas seguradores, pelas entidades bancárias, pela segurança social e pelos empregadores. Por isso achei importante este post e espero ter sido esclarecedor. 

Quando se trata de cancro, lógicamente que a primeira preocupação é a doença e a batalha contra a mesma, e nem sempre as instituições informam sobre estes direitos.

Cada vez mais, o doente oncológico, não sabendo os seus direitos, começa a ser tratado no privado e, com o avançar dos meses, apercebe-se que a seguradora deixa de comparticipar os tratamentos e consultas. O que fazer nessa altura? A sensação de abandono é inevitável. Vou para onde? Confio em quem?

 

 

Convém refletir em tudo quando a doença aparece para não ter surpresas desagradáveis no decorrer de uma doença em que o stress não faz falta nenhuma e só prejudica...

 

 

publicado às 08:29

Afinal existem 5 tipos de Diabetes

por dicasdefarmaceutica, em 03.03.18

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Até agora, quando falamos de Diabetes, falamos sempre da Diabetes tipo 1 ou tipo 2. A grande diferença entre estes dois tipos é que na Diabetes tipo 1, o pâncreas deixa subitamente de produzir insulina e o doente pouco pode fazer para evitar este processo; na Diabetes tipo 2, este processo é mais lento e, com a adoção de estilos de vida saudáveis durante a vida, pode muitas vezes ser evitado.

 

Os cientistas descobriram recentemente que a doença afinal pode ser dividida em 5 grupos, devendo o tratamento ser adaptado a cada um deles. Este estudo foi feito na Suécia e na Finlândia, analisou 14.775 pacientes e foi publicado no The Lancet Diabetes and Endicrinology

 

5 Grupos de Diabetes:

Grupo 1 - Diabetes autoimune, a chamada até agora tipo 1. Afeta jovens aparentemente saudáveis.

Grupo 2 - Semelhante ao grupo 1, afeta jovens com peso controlado e aparentemente saudáveis, mas não é autoimune.

Grupo 3 - Diabetes severa, resistente à insulina. O corpo produz insulina, mas o organismo não responde à produção dessa hormona. São geralmente doentes com excesso de peso.

Grupo 4 - Diabetes de menor gravidade, metabolicamente mais próxima dos valores normais e normalmente também em pessoas com excesso de peso.

Grupo 5 - Diabetes mais ligeira, que aparece mais tarde, pelo que os efeitos nefastos da doença são menos severos.

 

Dividindo em 5 grupos, o objetivo é que os três primeiros grupos (mais graves) sejam tratados de uma forma mais agressiva. Trata-se de uma mera divisão diferente, pois na realidade, em termos de tratamento, isto já acontece. O médico ajusta a medicação da Diabetes consoante cada doente, não podendo nunca generalizar uma medicação específica para todos os tipo 1 e outra para os tipo 2.

 

Contudo, este estudo vai mais além e aponta para outros dados relevantes:

- Os doentes do grupo 2 (tipo 2) não têm uma Diabetes autoimune e o estudo sugere que é possível que a Diabetes seja provocada por um defeito nas células beta e não pela obesidade e estilo de vida. A nível de tratamento, o mais adequado talvez seja aquele que é feito atualmente aos diabéticos tipo 1.

- Os doentes do grupo 2 apresentam um maior risco de cegueira, enquanto que os do grupo 3 apresentam um maior risco de doença renal. Isto pode mudar a forma como é ajustada a terapêutica e como são seguidos os rastreios.

 

Os cientistas envolvidos no estudo referem que isto é uma primeira abordagem à possível mudança dos grupos de tipo de Diabetes, mas esta mudança ainda não será já feita, pois os estudos vão continuar. Poderão existir mais de 500 subgrupos da doença no mundo, dependendo dos fatores genéticos e ambientais.

 

 

publicado às 10:22

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A não adesão à terapêutica é um grave problema de saúde pública. Fala-se muito sobre isto, mas poucas são as medidas tomadas para alterar a situação. Os números falam por si e sabe-se que 40% dos doentes interrompem a medicação prescrita pelo médico. E porque é que isto acontece? Sobretudo porque não lhes são devidamente explicadas as consequências de tal acto; normalmente sentem-se melhor, não lhes dói nada e acham que já não vale a pena continuarem a tomar “aquele medicamento que tem tantas contra-indicações” (como diz na bula...). 

 

Quando falamos de hipertensão este problema é sério e o que parece ter melhorado com os “primeiros comprimidos” que o médico receitou, pode alterar gravemente o estado de saúde se, por alguma razão, se suspender o tratamento.

 

Um estudo actual (“Current Situation of Medication Adherence in Hypertension”)da autoria de vários investigadores europeus, concluiu que, num grupo de 16.907 indivíduos medicados para várias patologias, quase 40% dos participantes interromperam o tratamento ao fim de um ano.

Em Portugal, a baixa adesão ao tratamento é responsável por um inadequado controle da pressão arterial nos doentes hipertensos. De acordo com o presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, Dr. Carvalho Rodrigues, “é crucial promover terapêuticas e posologias simples e, simultaneamente eficazes, para aumentar a taxa de adesão ao tratamento. Cada vez mais temos de pugnar por associações de várias substâncias activas reunidas num só comprimido. Simples e eficaz traduz-se num acréscimo de adesão.”

Simples e eficazes podem ser quase todas as terapêuticas, desde que devidamente explicadas e seguidas por um profissional de saúde, seja ele o médico prescritor, o farmacêutico ou mesmo o enfermeiro de família.

 

A baixa adesão à terapêutica tem também consequências a nível económico. Os investigadores afirmam que cerca de 8% das despesas globais de saúde poderiam ser evitadas pela adesão à terapêutica.

 

Deixo aqui algumas dicas importantes sobre este assunto:

- Conheça os valores da sua Pressão Arterial, medindo-a regularmente!

- Tome toda a medicação prescrita pelo médico, sem interrupções!

- Reduza o consumo de sal!

- Faça exercício físico!

- Peça ajuda ao seu farmacêutico para controlar a sua Pressão Arterial! “O farmacêutico, enquanto profissional de saúde de proximidade e confiança, possui competências para atuar na administração da medicação, na promoção da adesão à terapêutica e no uso correto dos medicamento”.

publicado às 19:11

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Termo de responsabilidade

A informação contida neste blog não substitui o aconselhamento médico ou farmacêutico. O objetivo do blog, é informar sobre vários assuntos ligados à saúde em geral, e à farmácia em particular. Os vários temas são abordados de uma forma não exaustiva, acessível ao público em geral.


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