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As chamadas tabelas de percentis são muito úteis para acompanhar as gravidezes, mas podem ser uma verdadeira “dor de cabeça” para os progenitores. Se o crescimento ou o peso fetal é baixo e o bebé se afasta da média, são dias e às vezes meses de angústia, para quem pretende que tudo corra dentro da dita normalidade.
Afinal para que servem as tabelas de percentis?
- Servem para que os médicos consigam estimar o tempo de gravidez e a data prevista do parto.
- Servem para diagnosticar eventuais problemas de desenvolvimento dos fetos.
- Servem para ajudar no diagnóstico de algumas doenças que podem surgir na gravidez, como a diabetes, a pré-eclampsia, doenças metabólicas ou genéticas.
Trata-se realmente de uma ferramenta muito útil e muito importante para os obstretas, pediatras e médicos de família, mas não é uma ferramenta única e é sempre analisada com todos os outros fatores.
O problema destas tabelas é que são muito padronizadas e sabemos que existem vários fatores a influenciar o crescimento fetal, nomeadamente:
- O género (os rapazes são, em regra, maiores)
- A herança genética e etnia
- O peso e a altura da mãe
- As doenças da mãe
- O número de filhos que a progenitora teve anteriormente
- O consumo de álcool
- O tabaco (fumar diminui aproximadamente 5% o peso do bebé à nascença)
- Até a altitude onde a mulher vive pode ter influência (em altitudes mais elevadas, os bebés são mais leves)
Neste momento, já existem tabelas de percentis adequadas a cada país e existe uma adequada à realidade portuguesa.
Compreende-se que uma mulher com 1,80 metros numa terceira gravidez tenha uma curva diferente de uma mulher com 1,50 metros numa primeira gravidez.
É por isso que, cada vez mais, existem muitos médicos que criam as curvas de percentis personalizadas. Existem até softwares desenvolvidos por investigadores portugueses, com esta finalidade.
É importante que os futuros pais não fiquem em pânico porque o percentil do seu bebé é 10. Este número pode não ser preocupante; serve para colocar médicos e pais mais vigilantes.
Os valores que estão nas tabelas são valores matemáticos e não de um diagnóstico clínico, ou seja, um percentil muito baixo ou muito elevado não é sinónimo de patologia. A esmagadora maioria dos bebés que estão abaixo do percentil 10, por exemplo, são perfeitamente normais.
Nestes casos e porque os bebés são a “coisa” mais importante do mundo, só há uma coisa a fazer: falar com o médico obstreta/pediatra/de família e tirar todas as dúvidas.