Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Nos Estados Unidos, o Truvada, medicamento que combina os antirretrovirais tenofovir e emtricitabitina, foi aprovado como medicação para profilaxia pré-exposição (PrEP) em 2012.
Desde essa data, o medicamento era indicado só para adultos acima de 18 anos dentro de determinados grupos de risco, nomeadamente, casais gays, travestis e transsexuais, profissionais do sexo, e casais sorodiscordantes (em que apenas um possui o vírus).
A partir de agora, a FDA (Food and Drug Administration) aprovou nova indicação do Truvada; pode ser utilizado por menores de 18 anos, de forma a reduzir o risco de contrair a doença (HIV-1).
Em Portugal, há muito tempo que está prometida a referida profilaxia pré-exposição (PrEP), mas só agora chegou em termos oficiais. E digo isto porque se sabe que alguns destes medicamentos foram comprados via internet em sites não muito recomendados e sem qualquer controlo.
A PrEP, através do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai estar disponível apenas para 100 pessoas. A informação consta do Plano de Acesso Pecoce a Medicamentos gerido pelo Infarmed. Segundo esta instituição, “o processo de financiamento deste medicamento ainda não está concluído” e a empresa Gilead (empresa que comercializa o Truvada) dispensou apenas 1200 embalagens para o Plano de Acesso Precoce.
Antes de iniciar este tratamento preventivo é necessário que o indivíduo faça o teste de HIV e receba o resultado negativo, que deve ser confirmado a cada três meses. Isso porque, em caso de infeção precoce, o uso do Truvada pode permitir que o vírus desenvolva resistência a medicações.
Além disso, o medicamento deve ser utilizado diariamente, conforme recomendação, junto com outras ferramentas de prevenção, como preservativos, uma vez que o Truvada não previne outras doenças sexualmente transmissíveis.
Esperemos que a partir de agora este assunto tenha um desenvolvimento mais rápido, pois já estamos bastante atrasados em relação a outros países e está provado que o Truvada, quando administrado convenientemente e devidamente controlado, tem uma eficácia próxima dos 100%.
As Nações Unidas definiram como meta, alcançar os parâmetros 90-90-90 até 2020, ou seja, ter 90% da população co HIV diagnosticada, 90% desta em tratamento e 90% deste grupo a alcançar a supressão viral, ou seja, incapaz de propagar a doença.
Estas metas só serão alcançadas se não continuarmos a ter notícias como as do mês passado em que, por exemplo, na Venezuela, “mais de 100 mil doentes com sida estão sem tratamento com antirretrovirais” ou que “o Governo de Moçambique subiu de 1,9 para 2,1 milhões a estimativa do número de pessoas no país que vivem infetadas com o vírus que causa a sida”.
Em 2018 temos todos os meios científicos para controlar esta doença. Vamos aguardar que toda a outra “geringonça” funcione...