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Em 2016 fiz um post sobre a pílula do dia seguinte (ver AQUI), pelo que não me vou alongar muito sobre este assunto. Nesta altura, as dúvidas sobre este medicamento parece que continuam e o seu uso abusivo veio agora ser comprovado em números.
Nos últimos seis anos, a venda de embalagens desta pílula aumentou mais de 45%. Em 2017, foram vendidas 22 caixas destes fármacos por hora, o valor mais alto de sempre e que representa uma subida de mais de 13% em relação a 2016.
Trata-se de uma contraceção de emergência e, como tal, estes números são difíceis de explicar. Será que de repente, toda a gente se esqueceu de tomar a pílula diária? Ou será que os preservativos passaram a ter menos qualidade e começaram a romper? Mais grave ainda, terá aumentado o número de violações? Não me parece...
“A Ordem dos Farmacêuticos quer voltar a ter apenas nas farmácias alguns medicamentos não sujeitos a receita médica que hoje se vendem noutras superfícies, entre os quais a contraceção de emergência, para evitar o uso abusivo”. Este assunto foi notícia em vários jornais em setembro do ano passado. Será esta a solução? Pode não ser tudo, mas realmente a pílula do dia seguinte, sendo um medicamento seguro, deve ter um aconselhamento feito por quem realmente percebe do assunto.
Poderá não ser só vendida nas farmácias, pois muitos dos nossos colegas farmacêuticos estão nas parafarmácias e sabem aconselhar, mas isto continua a ser uma exceção. Nas farmácias e nas parafarmácias, os farmacêuticos têm que ter consciência de quem têm ao balcão a prestar um serviço na área da saúde. Vender só para atingir objetivos tudo o que não é sujeito a receita médica, não pode continuar a acontecer nos nossos espaços de saúde.
Uma educação sexual impõe-se com urgência e a farmácia pode e deve dar uma grande ajuda neste campo. Recordando o post anterior (Novos serviços nas farmácias a partir de Maio), este é um serviço que deve estar incluído na “promoção de campanhas e programas de literacia em saúde”.