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O tema “Vacinas” já foi debatido inúmeras vezes aqui no blog, mas nesta Semana Europeia da Vacinação, tinha que publicar mais um post sobre este assunto tão importante, arriscarei mesmo em dizer, talvez um dos mais importantes temas da actualidade.
A vacinação é uma das formas mais eficazes e menos dispendiosas de prevenir doenças infecciosas e como tal, deve ser uma prioridade. A opção de vacinar ou não vacinar deveria ser uma responsabilidade dos profissionais de saúde que realmente sabem sobre este assunto e não deveria ser uma opção do cidadão A ou B que tem medo por isto ou por aquilo...
Trata-se de um assunto sério de Saúde Pública e felizmente, no nosso país, o Plano Nacional de Vacinação (PNV) funciona e o não vacinar é uma excepção e não uma regra.
Vamos rever mais uma vez o que faz parte deste PNV, pois trata-se de um plano que está em constante renovação e atualização.
CALEDARIZAÇÃO DO PNV
Nascimento – Hepatite B (1.ª dose)
2 meses – Hepatite B (2.ª dose); Haemophilus influenzae b (1.ª dose); Difteria (1.ª dose), tétano (1.ª dose) e tosse convulsa (1.ª dose); Poliomielite (1.ª dose); Streptococcus pneumoniae (1.ª dose)
4 meses – Haemophilus influenzae b (2.ª dose); Difteria, tétano, tosse convulsa (2.ª dose); Poliomielite (2.ª dose); Streptococcus pneumoniae (2.ª dose)
6 meses – Hepatite B (3.ª dose) ; Haemophilus influenzae b (3.ª dose); Difteria, tétano, tosse convulsa (3.ª dose); Poliomielite(3.ª dose)
12 meses – Streptococcus pneumoniae (3.ª dose); Neisseria meningitidis C (1.ª dose); Sarampo, parotidite epidérmica, rubéola (1.ª dose)
18 meses – Haemophilus influenzae b (4.ª dose); Difteria, tétano, tosse convulsa (4.ª dose); Poliomielite (4.ª dose)
5 anos – Difteria, tétano, tosse convulsa (5.ª dose); Poliomielite (5.ª dose); Sarampo, parotidite epidérmica, rubéola (2.ª dose)
10 anos – Vírus papiloma humano (só para as meninas);
Tétano e difteria - 25, 45, 65, depois, intervalos de 10 em 10 anos. A partir dos 65 anos recomenda-se a vacinação a todas as pessoas que tenham feito a última dose de tétano e difteria há 10 ou mais anos, sendo que as seguintes doses serão administradas de 10 em 10 anos.
Grávidas – Independentemente da idade, entre as 20 e as 36 semanas de gestação, são vacinadas contra a difteria, tétano e tosse convulsa, uma dose por gravidez.
Existem outras vacinas não menos importantes, mas que não fazem parte deste PNV. Uma das mais importantes é a da Meningite B, já incluída no PNV de outros países e que continua a faltar no nosso. Trata-se de uma doença grave, sobretudo nos bebés e que só pode ser prevenida pela vacinação. O que é que estamos à espera? Dinheiro? É grave!
VACINAS RECOMENDADAS FORA DO PNV
- Vacina contra a doença pneumocócica: previne contra situações de bacteriemia, pneumonia e meningite bacteriana. A sua toma é recomendada a partir dos dois meses de vida e pressupõe uma a quatro doses;
- Vacina contra rotavírus: protege contra a gastroenterite aguda, comum nos primeiros anos de vida. Envolve três tomas e deve ser administrada entre as seis e as 32 semanas;
- Vacina contra a varicela: ainda que seja benigna, a varicela é contagiosa e é frequente na infância. É provocada pelo vírus da varicela-zóster, agente causador de infeções bacterianas como a pneumonia ou encefalite. A vacina é administrada dos 12 meses aos 12 anos, em duas doses, com intervalo de 30 dias. Sob prescrição médica pode ser aplicada na adolescência e idade adulta;
- Vacina contra a hepatite A: a hepatite A, na infância, é por norma benigna, e os sintomas apenas ocorrem em 30% das crianças com menos de seis anos. No entanto, a infeção dela decorrente pode resultar em hepatite aguda. A vacina pode ser efetuada a partir dos 12 meses em duas doses intervaladas de seis a 12 meses;
- Vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV) nos rapazes: altamente contagioso, o HPV pode ser transmitido durante o contacto íntimo de pele com pele entre pessoas em que pelo menos uma esteja infetada. A toma da vacina, no caso dos rapazes, é recomendada entre os nove e os 13 anos e consiste em duas doses, intervaladas por seis meses. Em maiores de 14 anos, a vacina consiste em três doses intervaladas com intervalo de zero, dois e seis meses;
- Vacina contra a gripe: recomendada para maiores de 65 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos, com seis ou mais meses de idade, grávidas, profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados, sendo gratuita nos casos referidos.
Os benefícios da imunização estão amplamente comprovados. A vacinação é responsável por erradicar por completo diversas doenças e por impedir anualmente milhões de mortes em todo o mundo.
Hoje vi este cartaz da Organização Mundial de Saúde. Acho que diz tudo. Como é que algumas pessoas ainda se questionam da eficácia das vacinas?
As Alergias parece que andam de mãos dadas com a Primavera e com as flores...
Continuando o tema desta Semana Mundial das Alergias, hoje venho falar-vos de um site que já não é novidade, mas que todos aqueles que passam esta estação a espirrar devem conhecer e consultar.
Trata-se da Rede Portuguesa de Aerobiologia, criada em 2002 e que é um serviço público gratuito disponibilizado pela SPAIC – Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica.
O referido site tem esta introdução:
- Por si, que é um dos vários milhões de cidadãos do nosso país que sofre de doença alérgica, que conhece quem por elas é afetado ou que por qualquer outra razão se interessa por este tema;
- Por si, profissional de sáude, médico, enfermeiro, farmacêutico, técnico de diagnóstico ou de terapêutica, que pretende estar atualizado nesta temática que interessa a uma percentagem tão grande da população;
- Por si, profissional da comunicação social, que entende bem a importância de uma informação de qualidade, atingindo objetivos de divulgação, mas com forte componente educacional.
- Por si, desenvolvemos este site, resultante de uma forte colaboração de profissionais de saúde, biólogos, engenheiros, informáticos, designers, entidades públicas e privadas, a quem muito agradecemos.
Esperamos prestar-lhe um serviço útil e contamos consigo para torná-lo cada vez melhor.
Neste site pode consultar o Boletim Polínico durante todo o ano, para saber as concentrações dos pólenes no ar ambiente. Esta informação é dada por região do país e por concentração do tipo de pólen. Vejam, a título de exemplo, a desta semana:
“A Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC) informa a previsão para a semana de 20 a 26 de Abril de 2018.
Em Vila-Real (região de Trás-Os-Montes e Alto Douro), os pólenes encontram-se em níveis muito elevados. Na atmosfera predominam os pólenes das árvores carvalhos, pinheiro e bétula e das ervas gramíneas eparietária.
No Porto (região de Entre Douro e Minho), os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, com predomínio do pólen das árvores carvalhos, pinheiro, bétula e cipreste e das ervas urtiga e parietária.
Em Coimbra (região da Beira Litoral), os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, com predomínio dos pólenes das árvores carvalhos, pinheiro, cipreste e oliveira e das ervas urtiga e parietária.
Em Castelo Branco (região da Beira Interior), os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, na atmosfera predominam os pólenes das árvores carvalhos, pinheiro e cipreste e das ervas urtiga, gramíneas, tanchagem e parietária.
Em Lisboa (região de Lisboa e Setúbal), os pólenes encontram-se em níveis muito elevados, com predomínio dos pólenes das árvores carvalhos, oliveira e pinheiro e das ervas urtiga, gramíneas, parietária e tanchagem.
Em Évora (região do Alentejo), os pólenes encontram-se em níveis muito elevados na atmosfera, com predomínio dos pólenes da árvore azinheira e das ervas urtiga, gramíneas, parietária e tanchagem.
Em Portimão (região do Algarve), os pólenes encontram-se em níveis elevados, na atmosfera predominam os pólenes das árvores carvalhos, oliveira, pinheiro e cipreste e das ervas urtiga, tanchagem, parietária, gramíneas e quenopódio.
No Funchal (região autónoma da Madeira), os pólenes encontram-se em níveis baixos, com destaque para os pólenes das árvores pinheiro e das ervas urtiga, gramíneas e parietária.
Em Ponta Delgada (região autónoma dos Açores), os pólenes encontram-se em níveis moderados, com predomínio dos pólenes da árvore pinheiro e das ervas urtiga e parietária.“
Este site é uma ajuda preciosa para quem sofre de Alergias, pois com a sua consulta pode, de uma forma consciente, programar melhor os seus dias, as suas férias, os seus passeios ao ar livre, evitando correr riscos e fazendo uma gestão da sua doença e da sua medicação de uma forma mais responsável.
Boa semana!
Começa amanhã a Semana Mundial da Alergia (de 22 a 28 de abril). Trata-se de uma semana da responsabilidade da Organização Mundial de Alergia (WAO) e das sociedades nacionais que a integram.
Este ano o tema escolhido é a “Dermatite Atópica - quando a pele dá comichão e inflama”.
A Dermatite Atópica (DA) ou eczema atópico “designa as manifestações inflamatórias cutâneas e recidivantes associadas à atopia”.
Trata-se de uma afeção benigna, não contagiosa que, na maioria dos casos, surge nos primeiros anos de vida, mas que pode surgir em qualquer idade. A prevalência da DA na população em geral estima-se entre os dois e os cinco por cento e em cerca de 15% nas crianças e adolescentes.
Como refere o Presidente da WAO (Dr. Ignacio J. Ansotegui),“a DA é um importante assunto de saúde pública devido ao seu impacto na qualidade de vida e ao encargo socioeconómico que lhe está associado”. É uma doença de que se fala pouco, mas que tem um impacto social e económico muito grande, sobretudo para as famílias que, na grande maioria das vezes, têm que suportar sem comparticipações, os custos dos tratamentos.
A dermatite atópica alterna períodos de crise com períodos de acalmia, mas os tratamentos e os cuidados com a pele nunca podem ser descuidados. Controlar todos estes períodos é fundamental para a qualidade de vida. Nos períodos de crise, o tratamento deve ser rápido e nos períodos de acalmia, a pele deve ser devidamente cuidada, mediante o uso de produtos emolientes, para reconstruir a pele e para diminuir a secura da mesma, além de outras medidas, muitas delas dependentes de cada pessoa.
A DA está muitas vezes associada a outras patologias alérgicas como a alergia alimentar, rinite polínica e asma.
“Devido à importância que a alergia pode desempenhar na DA, é indispensável que seja obtido um diagnóstico preciso e que haja seguimento por um alergologista ou dermatologista. Na maior parte dos indivíduos atópicos, muitas vezes diagnostica-se primeiro a DA, habitualmente em crianças, nos primeiros meses e anos de vida. A intervenção precoce pode ajudar a prevenir ou modificar a marcha atópica”, refere a Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica (SPAIC), em conjunto com a WAO.
Nesta semana vamos ouvir falar de alergias e de pele atópica um pouco por todo o país. Vamos estar atentos e aprender mais sobre estas doenças para podermos aconselhar os doentes quando se queixam que “a pele dá comichão e inflama”.
Foi este o tema que escolhi e o artigo que já foi publicado na revista Inominável número 13 na área dedicada à saúde.
“Todos nós nos sentimos mal quando não dormimos bem, mas quase todos devemos horas à cama, o que se vai refletir no nosso quotidiano, a curto ou a longo prazo.
Quando falamos de sono, a nossa herança genética desempenha um papel importante e pode prejudicar a qualidade do mesmo. Como eu costumo dizer, só devíamos herdar o bom, mas isto está muito longe da verdade. Sabe-se que os genes associados ao tamanho da língua ou aos padrões de distribuição de peso podem levar à apneia do sono. Também a síndrome das pernas inquietas e a narcolepsia, dois distúrbios do sono, podem estar ligadas aos nossos genes.
Contudo, no que se refere ao sono, os genes não são os principais culpados e são vários os estudos científicos que “culpam” o estilo de vida das sociedades ocidentais pela má qualidade de sono instalado nas mesmas.
Existem mais de 100 doenças que podem estar relacionadas com o sono. Entre elas estão a obesidade, a diabetes, a depressão, a ansiedade, a hipertensão arterial, o aumento de risco de enfarte e Acidente Vascular Cerebral (AVC).
O sono possui uma função biológica crucial. O que é que acontece se andarmos, por exemplo, muito stressados e numa tensão enorme com as múltiplas tarefas que temos para fazer no dia-a-dia? Neste caso, pode aumentar o cortisol (hormona corticosteróide diretamente envolvida na resposta ao stress) que faz com que diminua a segregação de serotonina, um neurotransmissor de bem-estar e percursor de melatonina (a conhecida “hormona do sono”). A consequência de tudo isto, é um aumento dos estados depressivos, uma pior qualidade do sono, o que leva normalmente a uma sensação de cansaço e letargia durante o dia.
Além de tudo isto, a privação de sono vai deteriorando a capacidade de aprendizagem, a memória e a concentração. Este processo acontece, mas às vezes é lento, o que pode fazer com que se desvalorize e não se consiga agir em tempo útil para atenuar os efeitos dessa privação.
O QUE DEVEMOS FAZER PARA DORMIR MAIS E MELHOR?
- Oito horas de sono é o recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde), mas nem todos precisamos de dormir o mesmo número de horas...
- Fazer uma alimentação equilibrada, rica em proteínas e pobre em gorduras e açúcares. Alguns alimentos são fontes de melatonina, podendo induzir o sono, como é o exemplo das nozes e das bananas.
- Evitar o tabaco, o álcool e bebidas com cafeína antes de ir para a cama. Algumas infusões (camomila, passiflora) têm um efeito relaxante, ajudando a um sono mais tranquilo.
- Praticar uma atividade física regular, evitando desportos intensos no período da noite.
- Manter a temperatura da casa entre os 16 e os 22 graus celsius.
- Libertar o quarto de aparelhos eletrónicos (tablet, computador, telemóvel...). A luz destes aparelhos suprime a produção de melatonina.
- Realizar atividades relaxantes antes de ir dormir, como ler um livro, conversar, ouvir música ou algo que seja uma fonte de bem estar para a pessoa em causa.
- Manter o quarto com um ambiente tranquilo e arrumado, indicando que aquele é o local ideal para ter um sono de qualidade. Algumas pessoas gostam de utilizar ambientadores ou velas à base de Alfazema ou Lavanda, que podem ajudar a “compor” este ambiente relaxante.
- Tentar ir para a cama sempre à mesma hora pode a ajudar a regular o sono.
Se sofre de transtorno do sono de ritmo circadiano (jet lag de viagens ou turnos de trabalho), peça ajuda para regular o sono da forma mais eficaz e com menos prejuízos para a saúde.
Dormir não é perder tempo, pois o sono é fundamental para a vida. Se dormirmos bem, teremos uma maior produtividade e rendimento, tanto na vida pessoal, como profissional. Dormir bem torna-nos mais produtivos, mais seguros, com mais humor e com inúmeras melhorias em termos de saúde.
Se sabe que dorme mal, em quantidade e em qualidade, faça alguma coisa para mudar esse estado! Se não conseguir sozinho, com as medidas básicas que referi anteriormente, peça ajuda ao médico! Lembre-se que a grande maioria dos problemas de sono podem ser tratados!
Bons sonhos!”
Falando sobre este tema, aproveito para informar que vai decorrer em Lisboa, entre 16 e 19 de maio, a 1.ª edição do Lisbon Sleep Summit. Promovida pela neurologista e responsável pelo Centro de Medicina do Sono (CENC), Teresa Paiva, a iniciativa vai focar-se no “sono nas mulheres”, procurando avaliar o impacto de fatores internos e externos em qualquer idade e discutir as diferenças entre géneros no âmbito da Medicina do Sono. Mais uma oportunidade para falar deste assunto tão sério e que por vezes, até nos tira o sono...
Em 2016 fiz um post sobre a pílula do dia seguinte (ver AQUI), pelo que não me vou alongar muito sobre este assunto. Nesta altura, as dúvidas sobre este medicamento parece que continuam e o seu uso abusivo veio agora ser comprovado em números.
Nos últimos seis anos, a venda de embalagens desta pílula aumentou mais de 45%. Em 2017, foram vendidas 22 caixas destes fármacos por hora, o valor mais alto de sempre e que representa uma subida de mais de 13% em relação a 2016.
Trata-se de uma contraceção de emergência e, como tal, estes números são difíceis de explicar. Será que de repente, toda a gente se esqueceu de tomar a pílula diária? Ou será que os preservativos passaram a ter menos qualidade e começaram a romper? Mais grave ainda, terá aumentado o número de violações? Não me parece...
“A Ordem dos Farmacêuticos quer voltar a ter apenas nas farmácias alguns medicamentos não sujeitos a receita médica que hoje se vendem noutras superfícies, entre os quais a contraceção de emergência, para evitar o uso abusivo”. Este assunto foi notícia em vários jornais em setembro do ano passado. Será esta a solução? Pode não ser tudo, mas realmente a pílula do dia seguinte, sendo um medicamento seguro, deve ter um aconselhamento feito por quem realmente percebe do assunto.
Poderá não ser só vendida nas farmácias, pois muitos dos nossos colegas farmacêuticos estão nas parafarmácias e sabem aconselhar, mas isto continua a ser uma exceção. Nas farmácias e nas parafarmácias, os farmacêuticos têm que ter consciência de quem têm ao balcão a prestar um serviço na área da saúde. Vender só para atingir objetivos tudo o que não é sujeito a receita médica, não pode continuar a acontecer nos nossos espaços de saúde.
Uma educação sexual impõe-se com urgência e a farmácia pode e deve dar uma grande ajuda neste campo. Recordando o post anterior (Novos serviços nas farmácias a partir de Maio), este é um serviço que deve estar incluído na “promoção de campanhas e programas de literacia em saúde”.
As farmácias comunitárias tiveram uma grande evolução em termos de serviços prestados nos últimos anos, daí a recente Portaria (97/2018) publicada em Diário da República, que define os serviços que poderão ser prestados aos utentes a partir de Maio de 2018.
Longe vai o tempo em que íamos à farmácia só para comprar os medicamentos. Para sustentabilizar este sector, dado que a margem nos medicamentos tem vindo a baixar ao longo dos anos, alguma coisa tinha que ser feito. A prestação de serviços em prol do doente, na prevenção da doença e na promoção de estilos de vida mais saudáveis, é de certeza a melhor opção, aproveitando o conhecimento dos farmacêuticos nestas áreas, com a ajuda de outros profissionais de saúde, que nos podem acompanhar nesta nova fase da vida das nossas farmácias.
Mantêm-se os serviços já existentes:
- Administração de medicamentos
- Prestação de primeiros socorros
- Serviços de apoio domiciliário
- Ultilização de meios auxiliares de diagnóstico e terapêutica
- Administração de vacinas não incluídas no Plano Nacional de Vacinação
- Programas de Cuidados Farmacêuticos
A estes serviços, juntam-se agora:
- Consultas de nutrição
- Programas de adesão à terapêutica e de reconciliação terapêutica
- Preparação individualizada de medicamentos
- Programas de educação sobre dispositivos médicos
- Alguns serviços simples de enfermagem, nomeadamente tratamento de feridas e cuidados a doentes ostomizados, bem como cuidados de nível 1 na prevenção e tratamento do pé diabético, de acordo com as orientações estabelecidas pela Direção-Geral da Saúde.
- Realização de testes rápidos para o rastreio de infeções HIV, VHC e VHB, incluindo o aconselhamento pré e pós teste e a orientação para as instituições hospitalares dos casos reativos, de acordo com as redes de referenciação hospitalar aprovadas e os procedimentos estabelecidos pelas entidades do Ministério da Saúde com competência na matéria.
- Promoção de campanhas e programas de literacia em saúde, prevenção da doença e de promoção de estilos de vida saudáveis.
Convém salientar que os serviços referidos anteriormente têm de ser prestados nas condições legais e regulamentares e por profissionais legalmente habilitados.
Para a prestação de alguns destes serviços, as farmácias devem dispor de instalações adequadas e autonomizadas, o que já acontece em grande parte delas.
Todos os utentes vão ganhar com estes novos serviços “perto de casa” e todos os profissionais de saúde devem acompanhar e ajudar as farmácias e os utentes, de forma a que tudo se complemente.
Cada vez mais, o cancro é uma doença crónica com a qual o doente pode viver muitos anos com qualidade de vida. Contudo, sendo uma doença crónica, convém que os doentes conhçam os seus direitos, não só durante a fase mais aguda da doença, mas para toda a sua vida.
O site cancro-online.pt, lançado recentemente pela MSD, vem descodificar o cancro e responder a várias questões sobre a doença. Vão ao site e de certeza que vão aprender muito com a pesquisa. Vai ser um local para minha consulta de certeza, pois responde realmente a muitas questões sobre esta doença, que nunca mais pára de nos assustar.
Entre os vários assuntos abordados, a plataforma explica quais os direitos do doente oncológico, tantas vezes esquecidos, mas tão importantes numa doença que, normalmente, é para toda a vida. Falando destes direitos, vou nomear aqui os mais básicos e gerais, que todos os doentes devem conhecer, nomeadamente:
- Direito à isenção das taxas moderadores
- Direito a transporte para tratamentos, exames e consultas
- Direito a benefícios fiscais
- Direito a benefícios no crédito à habitação
- Benefícios nas contas poupança-reforma
- Proteção especial na invalidez
- Comparticipação especial na medicação oncológica não fornecida pelo hospital
Mas, o que é que o doente oncológico deve fazer para usufruir destes direitos?
1. Numa primeira fase, deverá adquirir o atestado médico de incapacidade multiusos, o único documento que faz prova legal de que é doente oncológico, devendo ser decretada uma determinada percentagem de incapacidade igual ou superior a 60%.
Para obter o atestado, deve solicitar ao médico assistente no hospital onde está a ser acompanhado o relatório clínico da sua situação de Saúde.
De seguida, este relatório deverá ser entregue no centro de Saúde da área de residência do doente para que seja convocada uma junta médica. Esse requerimento tem uma taxa associada de 50 euros e um prazo máximo de espera de 60 dias.
O doente deve sempre fazer e guardar cópia de todos os relatórios e informações médicas antes de os entregar, para que possa usá-los depois, caso seja necessário.
2. Uma vez tendo na sua posse o referido atestado, o doente oncológico deverá dirigir-se às Finanças, para a partir daí poder usufruir dos benefícios scais legalmente previstos.
Com efeito, continuamos a verificar que os Direitos dos Doentes Oncológicos são constantemente atropelados, dispersos por numerosa legislação e mal aplicados ou ignorados pelas instituições de saúde, pelas seguradores, pelas entidades bancárias, pela segurança social e pelos empregadores. Por isso achei importante este post e espero ter sido esclarecedor.
Quando se trata de cancro, lógicamente que a primeira preocupação é a doença e a batalha contra a mesma, e nem sempre as instituições informam sobre estes direitos.
Cada vez mais, o doente oncológico, não sabendo os seus direitos, começa a ser tratado no privado e, com o avançar dos meses, apercebe-se que a seguradora deixa de comparticipar os tratamentos e consultas. O que fazer nessa altura? A sensação de abandono é inevitável. Vou para onde? Confio em quem?
Convém refletir em tudo quando a doença aparece para não ter surpresas desagradáveis no decorrer de uma doença em que o stress não faz falta nenhuma e só prejudica...
Com a chegada da Primavera, chegou também mais uma campanha da VALORMED, a qual mais uma vez, tem como objetivo sensibilizar os portugueses para a importância de devolver às farmácias as embalagens vazias e medicamentos fora de uso.
A campanha “Um medicamento fora de uso tem mais vida do que imagina” aparece com novas imagens e cores mais frescas, que nos remetem para as estações de primavera e verão, lembrando que depositar medicamentos e seus restos no lixo comum, nos ecopontos ou despejar através dos esgotos, traz consequências negativas para o ambiente.
Os cartazes deste ano estão um espectáculo!
Apesar de falar todos os anos destas campanhas, dada a importância do tema, convém relembrar alguns pontos.
O que deve entregar ou depositar no contentor VALORMED:
- Medicamentos fora de prazo ou que já não utiliza.
- Embalagens de medicamentos vazias, blisters, ampolas, bisnagas, frascos, etc...
O que não deve entregar ou depositar no contentor VALORMED:
- Agulhas, seringas, termómetros e radiografias.
- Aparelhos elétricos ou eletrónicos.
- Gaze e material cirúrgico.
- Produtos químicos.
Como funciona o sistema VALORMED:
1 - Os utentes entregam os medicamentos ou as embalagens na farmácia; devem vir num saco (não necessita ser um saco próprio) e poderão ser entregues ao balcão ou depositados diretamente no contentor. Algumas farmácia optam por não ter o contentor na zona do público por uma razão de segurança. Pergunte como funciona na sua farmácia!
2 - Os contentores são recolhidos nas farmácias e transportados para o centro de triagem.
3 - No centro de triagem os resíduos são separados e classificados.
4 - Os materiais das embalagens são reciclados.
5 - Os medicamentos são valorizados ou incinerados de forma segura.
A gonorreia é uma doença transmitida por via sexual. 78 milhões de pessoas são infetadas com esta doença em todo o mundo. Através de sexo oral, vaginal ou anal, a bactéria Neisseria gonorrhoeae infeta os órgãos genitais, o recto e a garganta.
Um homem ficou infetado com esta superbactéria na sequência de relações sexuais não protegidas com uma mulher, durante uma viagem ao Sudeste Asiático e o tratamento tem-se mostrado ineficaz. Pela primeira vez, um paciente apresentou resistência à combinação dos antibióticos azitromicina e ceftriaxona. Seguiram-se tratamentos com outros antibióticos e o resultado foi o mesmo.
Põe-se em causa o tratamento de uma doença que, não tratada, pode levar à morte. O controlo desta doença preocupa toda a comunidade científica a nível mundial.
Após este trágico caso, um grupo de investigadores da universidade australiana de Monash fez novas descobertas que trazem esperança para novos tratamentos.
Este novo estudo, publicado na PLOS Pathogens, concluiu que “a versão superbactéria da gonorreia cria minúsculas vesículas revestidas por membranas que atacam as células do sistema imunitário, induzindo-as aos suicídio. Uma vez livre dessas guardiãs, a Neisseria gonorrhoeae tem caminho livre” para avançar, resistindo assim a qualquer tratamento com os usuais antibióticos.
A compreensão deste mecanismo representa uma nova esperança para um tratamento alternativo que impeça o sistema imunitário de se deixar assim ultrapassar pela superbactéria.
Até que um novo tratamento seja posto no mercado, convém lembrar que a gonorreia pode ser prevenida com simples medidas de proteção e sexo seguro, como o uso de preservativo em qualquer tipo de contacto sexual, seja ele vaginal, anal ou oral.