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Já falei AQUI do Valormed e da sua importância para todos nós. Começou ontem mais uma campanha, por isso vamos relembrar qual o significado destes “contentores” espalhados nas farmácias do nosso país.
”Um medicamento fora de uso tem mais vida do que imagina” é o mote desta nova campanha, cujo objetivo é sensibilizar os portugueses para a importância da devolução às farmácias das embalagens vazias e dos resíduos dos medicamentos fora do prazo ou que já não são utilizados, assim como qualquer acessório utilizado para facilitar a sua administração.
A VALORMED defende que é importante alertar para a importância de não deitar as embalagens vazias e resíduos de medicamentos no lixo comum, ecopontos ou vazamento através dos esgotos, evitando-se a contaminação do meio ambiente, em particular os solos e as águas. “Tratar do ambiente” é também o mote de todas as campanhas VALORMED.
Adoro os cartazes da campanha deste ano!
Os contentores VALORMED estão espalhados por quase todas as farmácias do país, mas se quiser ter a certeza do que está mais próximo de si, pode ver AQUI.
“A VALORMED foi criada em 1999 e é uma sociedade sem fins lucrativos que tem a responsabilidade da gestão dos resíduos de embalagens vazias e medicamentos fora de uso. Resultou da colaboração entre a Indústria Farmacêutica, Distribuidores e Farmácias em face da sua consciencialização para a especificidade do medicamento enquanto resíduo. A criação de um sistema de gestão deste tipo de resíduos veio responder ao desafio inadiável de implementar um sistema autónomo para a recolha e tratamento dos resíduos de medicamentos, conduzindo a um processo de recolha e tratamento seguros. Desta forma, evita-se que, por razões de saúde pública, estejam “acessíveis” como qualquer outro resíduo urbano”.
Já está em funcionamento o novo Portal RAM para notificação de Reações Adversas a Medicamentos.
O novo portal é da responsabilidade da Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) e permite aos cidadãos e aos profissionais de saúde notificar reações adversas a medicamentos (RAM) em apenas cinco minutos, facilitando todo o processo.
Para uma notificação ser válida, basta aceder ao portal e fornecer 4 informações:
- a(s) reação(ões) adversa(s);
- o(s) medicamento(s) suspeito(s) de ter(em) causado a RAM;
- os dados do doente (como iniciais ou idade ou sexo), sendo sempre garantida a confidencialidade dos dados do notificador e do doente;
- os meios de contacto do notificador da RAM.
Para facilitar a avaliação do caso, a informação fornecida deve conter o maior número de dados possível.
Se a reação for a uma vacina ou a um medicamento biológico, pede-se ainda ao cidadão (doente ou seu representante) ou ao profissional de saúde que indiquem o lote, aconselha a Autoridade Nacional do Medicamento.
Relativamente às reações adversas, são muitas as dúvidas que surgem, pois muitas vezes até nem se sabe qual o medicamento que provocou tal reação. Aqui é fundamental a articulação e a ajuda de todos os profissionais de saúde, que devem ser sempre consultados pelo doente para esclarecer qualquer dúvida, inclusive no preenchimento da notificação.
Após receção e validação da notificação no portal, a informação é avaliada por uma equipa de farmacêuticos e médicos especialistas em segurança de medicamentos. A informação do caso, totalmente anonimizada, é enviada para as bases de dados europeia (Eudravigilance) e mundial da OMS (Vigibase) para efeito de uma avaliação permanente mais abrangente do perfil de segurança do medicamento.
Todas estas melhorias e inovações no “acesso a mais saúde” (apeteceu-me chamar assim...) vão contribuir para a monitorização contínua da segurança dos medicamentos e para uma avaliação permanente dos benefícios/riscos dos mesmos.
Este é o mote da nova campanha que alerta para o consumo excessivo de benzodiazepinas.
“A Coordenação Nacional da Estratégia do Medicamento e dos Produtos de Saúde, em colaboração com o Infarmed, outros treze departamentos do Ministério da Saúde e as Ordens dos Farmacêuticos, dos Médicos e dos Psicólogos, delinearam uma campanha de sensibilização junto dos profissionais de saúde e dos cidadãos em geral, com o objetivo de alertar para os riscos associados ao consumo prolongado de benzodiazepinas.”
Cerca de 10% da população consome regularmente estes fármacos, tornando-se já um problema de saúde pública, dadas as consequências a curto e a longo prazo deste consumo excessivo.
Numa primeira fase desta campanha, vão ser distribuídos folhetos informativos aos utentes nas farmácias e centros de saúde:
Os profissionais de saúde vão também receber documentação sobre a utilização de benzodiazepinas, estando a informação centrada na necessidade da suspensão ou a redução destes medicamentos ser feita pelo médico assistente e para a existência de alternativas terapêuticas não medicamentosas e medicamentosas para o tratamento da ansiedade e da insónia.
As benzodiazepinas são medicamentos utilizados sobretudo para a ansiedade e para a insónia. Muitas pessoas chamam-lhe calmantes. Quantos de nós já ouvimos dizer: “Já não consigo dormir sem o comprimidinho...” ou “se sinto que estou nervoso, tomo o comprimidinho e parece que tudo passa...”
O pior é que aos poucos, vem a chamada dependência e os efeitos secundários, nomeadamente no que diz respeito às alterações da memória.
Também é verdade que faz pior não dormir muitas noites seguidas do que tomar o dito comprimidinho e eu digo isso muitas vezes a quem tem mesmo que tomar benzodiazepinas e tem consciência dos efeitos que as acompanham.
De qualquer forma, depois de lerem estes folhetos e este post, não vão “a correr” deixar de tomar os ditos fármacos, pois a interrupção repentina das benzodiazepinas pode provocar efeitos de privação graves. O chamado “desmame” deve ser feito lentamente e com a supervisão do médico.
Vamos resumir as ideias principais:
- Se toma benzodiazepinas há mais de dois meses, consulte o médico!
- O tratamento com benzodiazepinas deve ser o mais curto possível
- O tratamento com benzodiazepinas deve ser SEMPRE acompanhado por um médico
- Não deve suspender o tratamento com benzodiazepinas de uma forma repentina
Fiquem a aguardar mais posts sobre esta campanha e sobre algumas alternativas terapêuticas para controlar a ansiedade e a insónia!
"Roubei" esta imagem do site da Ordem dos Farmacêuticos , pois é muito significativa do que se passa quando falamos de antibióticos e é muito actual para esta época do ano. Com a pressa de curar em poucos dias uma constipação ou uma gripe, são muitas as pessoas a "pressionar" médicos e farmacêuticos para a prescrição e venda de antibióticos.
Há dez anos que o dia 18 de novembro serve para lembrar um problema de todos os dias, que passa muito por comportamentos desadequados de doentes, de farmacêuticos, de médicos e até de outros profissionais de saúde. Trata-se de um problema sério com um futuro preocupante. Prevê-se que em 2050 a resistência aos antibióticos mate mais do que o cancro.
Segundo um apelo lançado pela Organização Mundial de Saúde, as situações mais emergentes estão relacionadas com infeções provocadas pela Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus aureus e Enterobacteriaceae (por exemplo, a Escherichia coli), para as quais já começam a faltar soluções terapêuticas. Isto porque, em algumas estirpes, estas bactérias apresentam alterações genéticas que lhes permitem sobreviver a praticamente todos os antibióticos disponíveis.
Corremos o risco de que infeções que eram até agora consideradas de fácil resolução com a prescrição de antibióticos, possam tornar-se fatais.
Complicando ainda mais este panorama, observa-se também uma expressiva redução no ritmo de desenvolvimento de novos antibióticos por parte da indústria farmacêutica.
Vamos à prática: o que devemos fazer para prevenir este problema da resistência aos antibióticos?
- Não tomar antibióticos por iniciativa própria
- Seguir exclusivamente a recomendação do médico
- Tomar o antibiótico ao longo do tempo prescrito e respeitando os horários e dosagens
- Entregar na farmácia as eventuais sobras
Para saber mais sobre Antibióticos, veja AQUI no site da Ordem dos Farmacêuticos.
Para os mais “preguiçosos” que não vão ao site da Ordem, aqui fica mais uma imagem para verem com atenção e terem noção deste grave problema.
Já falei aqui no blog várias vezes do meu "Produto do Ano" 2016 favorito: o FreeStyle Libre da empresa Abbott.
Infelizmente, até à data, são poucos os diabéticos em Portugal que têm usufruído deste sistema, pois os acordos nunca mais chegavam e estava difícil a comparticipação. Contudo, conheço alguns doentes que têm a sorte de poder utilizá-lo e estão muito satisfeitos, com uma vida de melhor qualidade, que é o que se pretende com estas doenças crónicas.
Esta semana, marcada pelo Dia Mundial da Diabetes que se assinalou ontem, tudo mudou: os doentes com diabetes tipo 1 vão ter disponível o FreeStyle Libre comparticipado. Ainda não é para todos, mas já é um bom avanço nas negociações.
Em comunicado, o Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento), revelou "ter concluído as negociações que se traduziram na comparticipação em 85% do dispositivo FreeStyle Libre num acordo com a empresa farmacêutica Abbot que prevê o tratamento no primeiro ano de 15 mil pessoas com diabetes de tipo I, uma doença autoimune que implica injeções diárias de insulina".
O comunicado refere ainda que "todas as crianças com mais de quatro anos serão beneficiadas com este dispositivo".
"O FreeStyle Libre é uma ferramenta inédita na medição dos níveis de glicose para pessoas com diabetes, estando indicado essencialmente para pessoas com diabetes que necessitam de fazer diariamente várias picadas dos dedos para controlar os níveis de açúcar, incluindo crianças entre os 4 e os 17 anos.
Composto por um sensor com apenas 35mm x 5mm (semelhante a uma moeda de 2 euros) e com duração de até 14 dias, este sistema é colocado na parte posterior do braço e permite medir os níveis de glicose intersticial, de forma simples, fornecendo resultados instantâneos sobre os valores de glicose e indicadores de tendência. Após uma hora da sua colocação no braço, o FreeStyle Libre inicia a leitura da glicose, tratando a informação que recolhe e identificando tendências.
A grande inovação do FreeStyle Libre está no facto de, numa leitura sem dor e em apenas um segundo, a pessoa com diabetes obter informações relevantes sobre o presente (glicemia atual), sobre o passado e o futuro. Esta vantagem inovadora deve-se ao historial dos valores de glicose até oito horas antes da determinação e setas de tendência de glicose que são disponibilizados e que mostram se estão a subir, a descer ou constantes, o que permite que a pessoa com diabetes antecipar a tendência de evolução através desta determinação, ajudando a prevenir episódios de hipoglicemia (glicose baixa) e melhorando a sua qualidade de vida."
Isto sim, é um grande avanço para os milhões de diabéticos espalhadas por todo o mundo. Medir os níveis de glicose sem picar os dedos todos os dias, sem tiras de teste e sem sangue é o sonho de qualquer pessoa portadora desta doença.
Só para lembrar: em Portugal a doença atinge mais de 13% da população, correspondendo a mais de um milhão de portugueses, sendo que a este número acresce mais de dois milhões de pré-diabéticos.
Vamos aguardar a comparticipação do FreeStyle Libre para todos os diabéticos!
No âmbito deste dia que se assinala hoje, vai ser relançado o portal “Diagnóstico Precoce Foco na Diabetes”. Este projeto pretende reforçar o papel ativo da pessoa com diabetes e seu cuidador na gestão da doença e aumentar a sua literacia em saúde.
"O objetivo global deste projeto digital é contribuir de forma ativa e responsável para a melhoria dos indicadores da Diabetes em Portugal, ao constituir um repositório de informação credível, científica e comprovada que permite prevenir, diagnosticar precocemente, gerir, tratar e descomplicar uma doença que afeta cerca de 13,3% da população portuguesa, com idade compreendida entre os 20 e os 79 anos (Observatório Nacional da Diabetes 2015)".
Todas as iniciativas à volta desta doença são muito importantes, dada a prevalência da Diabetes em Portugal, com a identificação de 168 novos casos todos os dias.
O portal disponibiliza um conjunto de dicas, recomendações, esclarecimentos e documentos que resulta no melhor conhecimento do que é a diabetes, a sua prevenção e tratamento que envolve melhor nutrição, mais atividade física e adesão à terapêutica.
O Questionários de Avaliação de Risco é o "ponto alto" deste portal, pois permite a identificação de grupos de risco, o diagnóstico precoce e uma maior consciencialização para a necessidade de consulta médica de despiste ou acompanhamento da pessoa pré-diabética.
O que é ser pré-diabético?
Uma pessoa é considerada de alto risco para progressão à diabetes (pré-diabético) quando apresenta alterações no metabolismo da glicose, isto é, níveis elevados de glicose de jejum ou hemoglobina glicosilada (HbA1c), além de tolerância diminuída à glicose. Segundo a ADA (American Diabetes Association), valores de glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dL, glicemia medida 2 horas após a ingestão de 75 gramas de glicose anidra entre 140 e 199 mg/dL e hemoglobina glicosilada entre 5,7 e 6,4%, aumentam significativamente o risco de progressão para diabetes, principalmente em pessoas obesas, sedentárias e com história familiar positiva.
É muito importante sabermos os nossos valores! Avaliarmos o risco, fazermos o diagnóstico precoce e apostarmos na prevenção, são as condições para nunca chegarmos a ser diabéticos. Não conseguimos "livrarmo-nos" da carga genética que nos acompanha, mas conseguimos adoptar estilos de vida saudáveis, de forma a prevenir doenças como esta, tão presente na nossa sociedade.
Por curiosidade e para conseguirem avaliar o vosso risco, visitem AQUI o portal "Diagnóstico Precoce Foco na Diabetes" e façam o questionário de avaliação de risco.
A inteligência artificial dominou a edição deste ano da Web Summit. Cada vez mais surpreendente, este evento atrai gente de todas as idades e de todas as partes do mundo.
A competição de Pitch é um dos momentos altos do Web Summit. Com a Altice Arena praticamente lotada, as três startups finalistas subiram ontem ao palco para apresentarem os seus projectos em menos de cinco minutos.
A vencedora está ligada à saúde, aos medicamentos, e por isso é que estou a falar dela aqui no blog. Chama-se LifeinaBox a empresa francesa que venceu o concurso de startups da Web Summit, com um minifrigorífico para medicamentos.
Viajar sem preocupações de saúde é agora possível. A Lifeina desenvolveu um frigorífico portátil (Life in a Box), que permite transportar medicamentos a temperaturas entre dois e oito graus centígrados. Quem trabalha na área da saúde, sabe a importância da temperatura para preservar as características dos medicamentos. Quem é diabético dependente da insulina, sabe também das dificuldades existentes para transportar a insulina durante as viagens. O caso dos diabéticos é o mais evidente, mas existem muitos outros medicamentos a necessitarem de refrigeração.
O minifrigorífico vem com uma app, que monitoriza a ingestão da medicação, avisando quando for a hora certa. Além disso, através da aplicação, também é possível acompanhar a carga da bateria e a temperatura do frigorífico.
Fiquem com o filme desta empresa em destaque neste Web Summit. Parabéns LifeinaBox e até para o ano!
Já começa a estar nas nossas cabeças: a seguir ao Outubro Rosa, vem o Novembro Azul.
A primeira vez que ouvi falar na “moda do bigode” durante o mês de Novembro, foi no mundo do rugby, em que várias equipas se apresentam em campo, durante este mês, exibindo os seus bigodes. Este movimento nasceu na Austrália, em 1999, e na época era chamado de Movember (a união das palavras moustache+november).
A iniciativa desafia os homens a deixar crescer o bigode durante o mês de Novembro num alerta para as questões da saúde física e mental masculina. É um movimento que existe em todo o mundo, e Portugal não é excepção.
Este ano, mais de 150 médicas e médicos urologistas de praticamente todos os hospitais de Portugal vão deixar crescer o bigode ou usar um pin com um bigode durante o mês de novembro. A iniciativa é promovida pela Associação Portuguesa de Urologia (APU) e conta com o apoio da Janssen Portugal.
Em Portugal, o cancro da próstata é o mais frequente entre os homens, mas é importante alertar também para o cancro do testículo e do pénis, para as várias disfunções sexuais masculinas e para as depressões dos homens.
Pretende-se que todos os homens pensem na sua saúde de uma forma consciente, conhecendo o histórico da família e fazendo um check up anual, de forma a saberem os riscos a que estão expostos.
Para tratar da saúde dos homens, o movimento Movember faz também um alerta para os hábitos de vida saudáveis, nomeadamente para importância da alimentação e do exercício físico.
Feliz mês Azul para todos os homens!
Já falei AQUI sobre o programa solidário Abem e a sua principal função: garantir que todos os portugueses tenham acesso aos medicamentos que precisam. Este programa já tem permitido que muitos cidadãos carenciados (referenciados pelas entidades locais) tenham acesso a toda a terapêutica comparticipada que lhes foi prescrita.
Dizem os números que um em cada cinco portugueses não têm dinheiro para comprar todos os medicamentos prescritos pelo seu médico. Muitas vezes por vergonha não se queixam, e só quando as consequências da falta da medicação aparecem é que são diagnosticados como cidadãos com necessidade de ajuda nesta área.
Com o programa Abem, basta dirigirem-se à farmácia com o cartão que os identifica e os medicamentos são aviados para que a terapêutica instituída seja feita de uma forma correta. Os farmacêuticos têm aqui um papel crucial pois, além de poderem ser os primeiros a identificar estas necessidades, podem também ajudar estas pessoas a fazerem a sua medicação de uma forma responsável.
Arrancou ontem nas farmácias uma campanha com o mote "Dê Troco a Quem Precisa", que pretende ajudar os mais carenciados, aqueles que não têm dinheiro para comprar medicamentos.
Esta campanha apela à solidariedade, convidando a doar o troco resultante das compras efetuadas na farmácia. O montante angariado será integralmente aplicado na comparticipação de medicamentos a pessoas que não têm capacidade para os adquirir.
Já sabe: quando for à farmácia, se puder, "Dê o troco a quem precisa"!
A campanha decorre de 4 de novembro a 24 de dezembro.