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Não é novidade que ser obeso aumenta o risco de muitas doenças, nomeadamente o cancro. Até agora, associávamos a obesidade a alguns cancros (cólon, pâncreas, mama, ovários) mas nunca ao cancro de pele.
Um estudo feito na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), chegou à conclusão que as pessoas que têm um mais gordura corporal, têm um maior risco de desenvolver cancro de pele.
Este estudo concluiu que as moléculas produzidas pelos adipócitos (células responsáveis pelo armazenamento de gordura) aumentam a probabilidade do tumor desenvolver vasos sanguíneos próprios, ou seja, acaba por criar uma forma alternativa para que o melanoma cresça e, consequentemente, se multiplique.
Segundo Pedro Coelho, investigador da FMUP, "as moléculas produzidas pelas células responsáveis pelo armazenamento da gordura, quando em contacto com as células tumorais do melanoma, tornam o tumor mais agressivo, permitindo que adira mais facilmente à superfície de outros órgãos”.
A obesidade e a presença de gordura não aumentam apenas o risco de desenvolver a doença. De acordo com o estudo, os níveis elevados de gordura corporal podem ter um efeito negativo na renovação das células e, por isso, dificultar os tratamentos do cancro de pele. Pode até haver uma resistência ao tratamento.
Por isso mesmo, segundo o investigador, o próximo passo é verificar quais as alterações produzidas nos melanomas pelas células libertadas pelo tecido adiposo, de forma a controlar ou bloquear esse processo, para evitar que a doença se torne resistente ao tratamento.
A seguir ao hábito de fumar, o excesso de peso e a obesidade são a única causa maior de cancro que pode ser prevenida, por isso, comece já a "tratar da linha" no início deste mês que começa amanhã. Nada como começar com hábitos saudáveis neste regresso de férias, a favor de uma vida com mais qualidade.
Contudo, e é sempre bom lembrar, continue com todos os cuidados com a exposição solar, pois esta continua a ser a principal causa do aparecimento do cancro de pele e, felizmente, o sol brilha em todos os lugares, não apenas na praia!
Acabaram as minhas férias e também as de milhares de portugueses. Revigorados para um novo ciclo?
De passagem por vários locais, dentro e fora do nosso país, deparamo-nos cada vez com mais idosos a circular e a aproveitar o bom que a vida tem para nos dar.
As estatísticas dizem que as pessoas estão a viver mais e isso começa a notar-se nas nossas ruas e no nosso dia-a-dia. Estive de férias no Canadá e até por lá, pela primeira vez, o número de idosos é maior do que o número de crianças.
Prevê-se que em 2050, a população mundial com mais de 65 anos, seja o triplo da actual. Será bom? Por um lado sim, mas em termos de Saúde Pública vamos ter que "pedalar" muito para conseguir acompanhar este envelhecimento da população.
Com este envelhecimento, resulta um aumento das doenças crónicas. Paralelamente, há menos jovens e diminui também a população activa. Onde vamos arranjar pessoas para tratar dos idosos? Onde estão os recursos?
O facto de viverem mais tempo, não significa que sejam mais saudáveis e aí é que está o grande problema. As doenças crónicas podem tirar muita qualidade de vida às pessoas portadoras da doença e normalmente, vão exigindo mais cuidados ao longo do tempo.
O que fazer?
Prevenir é o segredo.
A maioria das doenças crónicas podem ser evitadas, a não ser aquelas adquiridas de forma hereditária. O segredo para envelhecer bem, é manter um estilo de vida saudável. É necessário possuir hábitos que beneficiem o nosso corpo, como o exercício físico, a boa alimentação, dormir bem e, claro está, deixar de fumar.
Todos beneficiam com um estilo de vida saudável. Mesmo naqueles já diagnosticados com algum tipo de doença crónica, os bons hábitos ajudam a controlar os sintomas, não agravando a doença e prolongando uma vida com qualidade.
É bom que comecemos todos a pensar em prevenção. Agora que acabaram as férias e alguns abusos, vamos "pôr mãos à obra" e pensar na melhor forma de melhorarmos os nossos hábitos do dia-a-dia, em prol de uma vida melhor.
Vamos também preocuparmo-nos com os mais novos e ensiná-los a serem saudáveis. Lembro-me de um estudo de 2015, realizado pelo Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES) do ISCTE, que demonstrou que 49% dos portugueses têm um índice geral de literacia em saúde muito baixo.
Somos todos responsáveis e o trabalho de conjunto tem que ser feito. Profissionais de saúde, educadores, governantes, temos todos que trabalhar na prevenção da doença e na promoção da saúde. As escolas vão iniciar um novo ano lectivo e este deveria ser um foco a destacar em todos os ciclos da escolaridade.