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Decorreu esta semana em Lisboa, o Portugal eHealth Summit, um evento de dimensão internacional, cujo tema se centralizou no processo de transformação digital da Saúde.
Foram três dias de debates, conferências e entrevistas sobre diversos temas relacionados com a inovação de sistemas de informação, interoperabilidade, telesaúde, segurança e proteção de dados, big-data, apps e mobilidade, e-procurement, e-commerce, literacia em saúde, robótica, cloud, entre outros.
Um dos temas abordados foi o aproveitamento da televisão, como meio privilegiado para chegar aos mais idosos, àqueles que não usam nem nunca vão usar o telemóvel e que não têm acesso à internet. Para estes, a televisão é, muitas vezes, a sua única companhia. Vamos aproveitar isso para os ajudar em temos de acompanhamento da sua Saúde!
A este respeito, Henrique Martins, presidente da Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, adiantou: “A televisão é muito abrangente e mais indutora de comportamentos. E sabe quando as pessoas estão a olhar para ela, porque ou mudam o canal ou sobem o som. Nós temos muitas pessoas sozinhas em casa e o nosso objetivo é levar a rede de saúde a casa das pessoas e potenciar soluções digitais para que possam estar mais acompanhadas. O concurso é complexo, demorará seis a nove meses, porque são empresas de grande volume. O que queremos é que as três operadoras de televisão concorram todas para terem este serviço: ligar a box da TV aos serviços de saúde e mais tarde ter um canal do Serviço Nacional de Saúde [SNS]”.
Se a televisão estiver ligada ao número de utente, será fácil esta comunicação através de mensagens, perguntas, lembretes e muitas outras utilidades em termos de saúde. A televisão pode, por exemplo, lembrar a hora da medicação ou o horário da próxima consulta; pode até registar os sinais vitais, em que as pessoas podem responder com o comando.
Estou a escrever isto e estou a lembrar-me de uma situação que me surpreendeu no ano passado numa visita a São Tomé. Num plano totalmente diferente, sabem que existem umas horas do dia em que a televisão é um autêntico serviço público? Olhamos para o écran e o que vemos são listas de nomes de pessoas, avisando de consultas, cirurgias, exames médicos, idas a tratamentos, etc...Fiquei surpreendida e pensei: porque não? Através desta "caixinha mágica" pode mesmo fazer-se muita coisa e chegar a muita gente.
Estes projetos são de extrema importância e utilidade para quem vive fora dos grandes centros, em zonas rurais, onde muitas vezes só chega mesmo a televisão. A Telemedicina pretende acompanhar os doentes (sobretudo os portadores de doenças crónica) em casa, à distância e tornar o Serviço Nacional de Saúde acessível a todos.
Como é que isto pode funcionar? O doente está ligado ao SNS, através da box da televisão. Os dados inseridos pelo doente seguem para o call center clínico, composto por uma equipa de técnicos de saúde (médicos, enfermeiros, farmacêuticos) que fazem a gestão dos dados em tempo real e, em função do estado de saúde do doente, é emitido um alerta no sistema de monitorização e analisado o encaminhamento necessário. O médico especialista faz a avaliação dos dados e, em casos graves, pode marcar consulta ou direcionar para as urgências.
Este sistema pode, além de manter mais controlados os doentes, evitar idas desnecessárias às urgências ou, pelo contrário, atuar em tempo real, quando é necessário.
Parabéns a todos que estão a tornar este projeto possível!