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Todas as mulheres que têm um blog, falam deste tema neste dia e eu não quis se exceção.
"Dia Internacional da Mulher", porquê a 8 de março? Neste dia, do ano de 1857, as operárias têxteis de uma fábrica em Nova Iorque entraram em greve, ocupando a fábrica, para reivindicarem a redução de um horário de mais de 16 horas por dia, para 10 horas. Estas operárias que, nas suas 16 horas, recebiam menos de um terço do salário dos homens, foram fechadas na fábrica onde, entretanto, se declara um incêndio, e cerca de 130 mulheres morreram queimadas. Em 1910, numa conferência internacional de mulheres realizada na Dinamarca, foi decidido, em homenagem àquelas mulheres, comemorar o 8 de Março como “Dia Internacional da Mulher”.
A mais antiga referência à presença das mulheres na profissão farmacêutica, remonta à Idade Média, a Maria Nunes, boticária em Lamego no séc. XIV.
Mais tarde, nos séculos XV e XVI surgem igualmente referências a boticárias que manipulavam medicamentos para senhoras da alta nobreza: “A Rainha D. Joana (1462-1530) mulher de D. Afonso V, tinha ao seu serviço como boticária, Isabel de Sequeira. Também D.Brites, mãe de D. Manuel, duque de Beja e futuro rei de Portugal, tinha como sua boticária Isabel Lopes, cuja botica era tão bem equipada com material farmacêutico que após a morte de D. Brites a botica e a boticária foram transferidas para o Hospital de Beja."
Ao longo dos séculos, várias mulheres se afirmaram como "boticárias" em Portugal. Em 1947, Maria Serpa dos Santos, natural do sítio do Mirante, freguesia da Conceição, concelho da Horta (Açores), foi a primeira mulher a doutorar-se em farmácia em Portugal. Foi professora e investigadora da faculdade de farmácia de Coimbra.
As mulheres farmacêuticas não pararam mais e, na atualidade, 80 por cento dos farmacêuticos inscritos na Ordem, são mulheres.
Não vou referir nomes, mas são muitas as mulheres a ocupar lugares de topo nas empresas farmacêuticas e a "dar a cara" em organizações internacionais, representando o que melhor se faz em Portugal e no Mundo, no sector farmacêutico.
Não gosto particularmente destes dias "temáticos", mas dadas as disparidades ainda existentes neste mundo do século XXI entre homens e mulheres, ainda faz todo o sentido, continuarmos a refletir sobre este assunto.
Homens e Mulheres são diferentes e a neurociência mostra isso mesmo: existem diferenças anatómicas e funcionais assinaláveis nos cérebros masculino e feminino. Os homens parecem usar mais o hemisfério esquerdo para pensar e comunicar os seus pensamentos, orientando o seu discurso de forma mais linear. As mulheres parecem usar mais áreas dos dois hemisférios quando comunicam, prefigurando uma utilização mais rica da informação armazenada. Segundo o Dr George Keeler "os homens falam a linguagem das partículas, as mulheres a linguagem das ondas".
Por isto mesmo, não somos melhores nem piores do que os homens, somos diferentes e essa diferença complementa-se nas várias profissões e na vida.
As oportunidades, assim como os reconhecimentos e as renumerações, deveriam ser iguais para todos.
Um bom "Dia da Mulher" para todos os farmacêuticos (Mulheres e Homens) deste país!