Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
E o Prémio Nobel da Medicina foi para mais um japonês, desta vez pela ajuda dada à compreensão do processo designado por autofagia.
Mas afinal, o que é a autofagia? Trata-se de um processo celular já descoberto há muitos anos, também designado de autofagocitose, que dá origem à degradação de componentes da própria célula. Podemos dizer que tem a ver com a forma como as células reciclam o seu conteúdo. Este termo (autofagia) vem do grego e significa "comer-se a si mesmo".
Porque é que este processo é tão importante? A autofagia ajuda o corpo a destruir ou a reciclar os componentes celulares não desejados. Quando os vírus ou bactérias, por exemplo, invadem as células, elas destroem-nos através deste processo. Isto pode ser aproveitado para combater doenças como o cancro, doenças imunológicas, doenças neurodegenerativas, como o Alzheimer e outras.
Foi este senhor japonês que encontrou um método para identificar e caracterizar os genes fundamentais para a autofagia. Mostrou que este processo é controlado por várias proteínas e que cada uma delas regula uma fase distinta do processo.
Parece muito simples, mas na realidade, ainda há muito a investigar até "colher os frutos" desta descoberta. Este Prémio Nobel revela que estamos cada vez mais perto de "desvendar os segredos" da autofagia. Quando tal acontecer, o tratamento de muitas doenças poderá ser alterado e a cura de muitas delas será uma realidade.
Como referiu a investigadora do Porto, Rquel Lima, que já há alguns anos estuda a relação entre a autofagia e o cancro, "sabendo de que modo as alterações na autofagia se associam a determinada doença e compreendendo como a autofagia é regulada, será possível desenvolver novas estratégias e fármacos que permitam melhorar o tratamento de muitas doenças".