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"A nanotecnologia é a engenharia das coisas extremamente pequenas, que visa a concepção, construção e manipulação de sistemas cujas unidades fundamentais têm dimensões da ordem de 1 a 100 nanómetro. Um nanómetro (nm) é igual a 10-9 m, ou seja, cerca de 100 000 vezes mais pequeno do que a espessura de um cabelo (0,1 mm) e cerca de dez vezes o tamanho de um átomo de hidrogénio (0,1 nm). A nanotecnologia é actualmente uma área interdisciplinar cobrindo diversos tópicos e com aplicações em muitos domínios, tais como os produtos de consumo (roupas, alimentos, cosméticos), o ambiente, a energia, a electrónica e a medicina."
Há uns anos atrás, achei estranho que alguém fosse tirar uma licenciatura em nanotecnologia mas, na realidade, nesta fase de "turbilhão" tecnológico em que nos encontramos e dadas as suas inúmeras utilizações, trata-se de uma licenciatura que faz todo o sentido e que ainda vai dar muito que falar.
Claro que falo especificamente da nanomedicina e da sua aplicação no combate às doenças cancerígenas, nomeadamente no tratamento das mesmas.
Recentemente, investigadores do Centro de investigação norte-americano Houston Methodist Research Institute, mostraram com entusiasmo, os resultados obtidos em laboratório, utilizando ratinhos, de um estudo que teve a nanotecnologia como base.
Pegando num grupo de ratinhos com cancro do pulmão metastático em fase terminal, metade foram submetidos ao tratamento e a outra metade seguiu a medicação convencional. Estes últimos morreram e os outros permaneceram vivos durante mais oito meses, o que em termos humanos representaria mais 24 anos de vida.
Estes investigadores inventaram um método que permite que as nanopartículas penetrem dentro do cancro e libertem o medicamento nas células. O medicamento em causa é conduzido por um equipamento nanométrico, podendo atingir células cancerosas com uma precisão que não existe na quimioterapia e na radioterapia.
De uma forma simples, o método passa por camuflar uma substância (neste caso, a doxorrubicina), em cápsulas minúsculas de silicone. O silicone “esconde” o medicamento do cancro, permitindo-lhe chegar às células. Uma vez alcançadas as células, a cápsula rebenta e a droga medicinal invade a célula “má” e mata-a.
Dito assim, parece uma coisa muito simples, contudo, ainda faltam muitas etapas para comprovar que tal vai resultar em pleno em humanos e na luta contra o cancro.
Uma coisa é certa, estamos cada vez mais perto de descobrir a forma mais eficaz de "matar" esta doença.
Fonte: "Nature Technology"