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Devido à dificuldade de um correto diagnóstico, durante muito tempo, alguns (inclusive médicos) consideravam a fibromialgia uma "não doença", chamando-lhe mesmo de "manias" ou "paranóias" de quem se queixava de "tudo e de nada". Consideravam que se tratava de uma dor psicológica e mais nada. Mas que doía, doía...
Hoje sabe-se que se "trata de uma doença crónica, que predomina no sexo feminino (relação mulher / homem - 10/1), caracterizada por dor generalizada , fadiga, sono não reparador e hipersensibilidade dolorosa". A depressão e a ansiedade são comuns em doentes com fibomialgia.
O diagnóstico continua a ser baseado sobretudo na história clínica do doente, não havendo exames ou análises específicas para confirmar esse diagnóstico.
Além das várias terapias não medicamentosas aconselhadas para aliviar os sintomas (técnicas de relaxamento, exercício físico, massagens e muitas outras), estes doentes tomam frequentemente analgésicos, antidepressivos, antiepilépticos com acção analgésica e miorrelaxantes.
Surgiu recentemente um novo estudo, publicado no jornal Plos One, que mostra que a oxigenoterapia hiperbárica* (OHB) pode ajudar a tratar a fibromialgia. Mas como?
Esta terapia faz com que chegue mais oxigénio à corrente sanguínea e, consequentemente, ao cérebro. Como é frequente a fibomialgia ter o seu início após uma lesão cerebral traumática, neste caso, a exposição ao oxigénio hiperbárico pode levar à cura completa da doença.
Quando as causas são outras, também há benefícios com esta terapia, pois um estudo clínico envolvendo mulheres diagnosticadas com fibromialgia, demonstrou que todas melhoraram, em termos de dor, após dois meses de tratamento.
"As ressonâncias magnéticas efectuadas ao cérebro antes e depois do tratamento confirmaram a teoria de que condições anormais nas áreas do cérebro relacionadas com a dor, podem ser responsáveis pela fibromialgia."
A fibromialgia não é uma doença de gente com "manias", mas no que à dor diz respeito, o cérebro é que a "comanda".
Esta nova abordagem em termos de terapia pode trazer uma nova esperança para quem sofre com esta doença, mas também para as inúmeras dores crónicas atribuídas a outras causas e que tanto impacto têm no dia-a-dia de milhões de pessoas em todo o mundo.
*A oxigenoterapia hiperbárica ou OHB é uma modalidade terapêutica na qual um paciente é submetido à inalação de oxigénio puro a uma pressão maior que a pressão atmosférica dentro de uma câmara herméticamente fechada com paredes rígidas (câmara hiperbárica).
A oxigenoterapia hiperbárica tem a sua génese associada à prática do mergulho, mas tem sido utilizado noutros tratamentos como por exemplo, lesões devidas à radioterapia, intoxicação por monóxido de carbono (CO), surdez súbita e feridas crónicas de difícil cicatrização (ex. pé diabético).