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Antibióticos: Verdadeiro ou Falso?

por dicasdefarmaceutica, em 26.11.15

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Como tem sido muito falado ultimamente, até 2050 prevê-se que a resistência aos antibióticos possa matar mais pessoas do que o cancro. É por isso que lutar contra o seu mau uso é uma urgência a nível mundial e todos devemos falar sobre isso, para sabermos como o evitar.

Aqui ficam 10 dicas importantes:

 

1 - Os antibióticos são receitados para todas as infeções.

Falso

Os antibióticos só são receitados quando é diagnosticada uma infeção causada por bactérias (infeção bacteriana) e só podem ser prescritos por um médico. Por vezes, um antibiótico também é prescrito para prevenir infeções causadas por bactérias (por exemplo, antes de uma cirurgia).

 

2 - Todos os antibióticos são iguais.

Falso

Existem centenas de antibióticos, agrupados em mais de 15 classes diferentes, que se diferenciam entre si pela sua estrutura química e pelo seu modo de ação contra as bactérias. Um antibiótico pode ser eficaz contra vários tipos de bactérias ou contra apenas uma. É por isso que é fundamental que a prescrição seja adequada à bactéria em causa.

 

 3 - É o nosso corpo que fica resistente ao antibiótico.

Falso

Não é o nosso corpo; são as bactérias que apresentam resistência aos antibióticos e isso acontece quando determinados antibióticos específicos perderam a capacidade de as matar ou impedir o seu desenvolvimento.

 

4 - Só a utilização excessiva ou inadequada de antibióticos acelera o aparecimento de bactérias resistentes.

Falso

A resistência aos antibióticos é uma situação natural causada por mutações nos genes das bactérias. Porém, a utilização excessiva ou inadequada de antibióticos acelera o aparecimento das bactérias resistentes.

 

5 - Os antibióticos são a cura para as constipações e gripes.

Falso

Grande parte das constipações e gripes é causada por vírus, contra os quais os antibióticos não são eficazes.

 

6 - Se me sinto melhor, posso parar o antibiótico.

Falso

Se parar de tomar o antibiótico, a bactéria pode replicar-se e até causar uma infecção mais grave.

De qualquer forma, se o antibiótico estiver a ser tomado (incorretamente) para uma infeção viral, o melhor é parar de o tomar.

 

7 - Posso alterar a dose prescrita e o intervalo entre as tomas.

Falso

Deve seguir escrupulosamente as indicações dadas pelo médico e pelo farmacêutico. Se alterar as doses, por exemplo, tomando menos quantidade, poderá não atingir a quantidade suficiente de medicamento no organismo para matar as bactérias e estas irão sobreviver, podendo tornar-se resistentes.

 

 8 -Posso tomar o antibiótico de um familiar ou de um amigo.

Falso

Por várias razões: porque nunca deve sobrar antibiótico, porque as bactérias são diferentes e porque só o médico pode avaliar a necessidade de antibiótico para cada situação.

 

9 - Devo tomar sempre o antibiótico com o estômago cheio.

Falso

Deve sempre perguntar ao médico ou ao farmacêutico como deve tomar o antibiótico, pois alguns devem ser tomados após uma refeição, enquanto que outros podem fazer mais efeito com o estômago vazio.

 

10 - Não posso beber bebidas alcoólicas quando tomo antibiótico.

Verdadeiro e Falso

Isto é verdadeiro se beber muito, mas se beber só um ou dois copos de vinho ou cerveja, não é essa quantidade de álcool que vai cortar o efeito do antibiótico. Se está com ideias de beber muito, então a abstinência é mandatória.

 

 

Também os médicos, enfermeiros e farmacêuticos têm responsabilidades acrescidas no combate à resistência aos antibióticos, mas estou certa que todos eles estão conscientes das medidas a tomar:

- O médico deve prescrever antibióticos apenas quando são necessários, em conformidade com as orientações baseadas em factos científicos. Quando possível, deve prescrever um antibiótico específico para a infecção e não um de “largo espectro”.

- Os médicos, enfermeiros e farmacêuticos devem explicar aos doentes como aliviar os sintomas de constipações e de gripes sem utilizar antibióticos.

- Os médicos, enfermeiros e farmacêuticos devem informar os doentes sobre a importância de cumprir o tratamento com antibióticos, tal como indicado pelo médico.

 

A prova de que alguma coisa está a ser feito é que, em Portugal, o consumo de antibióticos tem vindo a baixar desde 2010, o que é uma muito boa notícia.

publicado às 21:17

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