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Os piolhos gostam do regresso às aulas e já andam todos contentes a saltar de cabeça em cabeça.
A esta "praga" chama-se pediculose da cabeça. É uma doença causada por um parasita da classe dos insetos, chamado Pediculus humanus capitis, mais habitualmente chamado de piolho.
Contrariamente ao que muita gente pensa, a presença de piolhos não está associada à falta de higiene, mas sim ao contacto com alguém contaminado. A forma de transmissão mais frequente é mesmo através de contacto direto interpessoal, podendo também ocorrer, mas de forma menos frequente, através do usos de objetos contaminados, como chapéus, gorros, escovas de cabelo, pentes, etc...
É por tudo isto que nesta altura do ano, com o regresso à escola, aparecem os primeiros surtos de piolhos. Lembrei-me de fazer este post porque tenho uma amiga que já está com estes "visitantes" nas cabeças das suas crianças.
O piolho sobrevive unicamente no couro cabeludo humano. Cada piolho fêmea coloca três a seis ovos (lêndeas) por dia...vejam lá a raça das "meninas"...
Sintomas e diagnóstico
O prurido é o principal sintoma, provocado pela picada do piolho no couro cabeludo e por uma reação alérgica à sua saliva.
As lêndeas são facilmente visíveis perto do couro cabeludo, como que aderentes ao fio de cabelo, podendo confundir-se com caspa, só que esta é solta e as lêndeas ficam bem aderentes ao cabelo.
Desta forma, o diagnóstico é feito mediante a observação direta do couro cabeludo.
Quase todas as mães já tiveram a experiência de uma tarde de regresso a casa à caça destes parasitas...que animação!
Tratamento
Existem vários tratamentos tópicos no mercado e a escolha parece difícil. No entanto, podemos dividi-los em dois grupos:
- Medicamentos com ação pesticida: malatião, crotamitona e permetrina
- Medicamentos com ação oclusiva: dimeticone
Sem dúvida, que prefiro o segundo grupo. Estes produtos funcionam de forma oclusiva, eliminando os piolhos e lêndeas por não os deixarem respirar. São muito bem tolerados por crianças a partir dos 2 anos de idade e, normalmente, funcionam muito bem.
Com qualquer dos tratamentos, é importante a remoção das lêndeas e dos piolhos com um pente apropriado, que normalmente vem com o produto de tratamento (shampoo ou spray).
A repetição do tratamento sete dias depois é importante para garantir que, se algumas lêndeas sobreviveram, sejam eliminadas no segundo tratamento.
Antigamente, era necessário deixar atuar o produto durante toda a noite, mas agora essa etapa está facilitada e alguns minutos chegam para eliminar os terríveis "monstrinhos".
Além do tratamento, existem alguns procedimentos práticos importantes.
Dicas práticas
- Fazer o tratamento a todas as pessoas contaminadas.
- Lavar a alta temperatura (60 graus) todas as roupas e objetos que tenham contactado com a cabeça (lençóis, toalhas, peluches, chapéus, etc...).
- Os que não puderem ser lavados na máquina, devem ser limpos a seco e selados num saco de plástico durante duas semanas.
- Aspirar o chão e os tapetes, de forma a eliminar todos os possíveis cabelos contaminados.
- Meninas com o cabelo muito comprido, devem trazê-lo apanhado.
Existem alguns produtos que previnem a aproximação dos piolhos ao couro cabeludo, fazendo uma espécie de película protetora, mas na realidade, a melhor prevenção é estarem atentos a toda a hora às cabecinhas da criançada e rezarem para que não sejam os "felizes" contemplados para a "caça aos piolhos".
E já agora, uma curiosidade: a engraçada moda das selfies parece ser patrocinada pelas empresas que vendem os produtos anti-piolhos. Já viram que estes saltitões, com tantas cabeças encostadas, nem precisam de se esforçar a dar grandes saltos?