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Hoje é o Dia Mundial dos doentes com Alzheimer.
Estima-se que existam cerca de 60 mil pessoas com doença de Alzheimer, em Portugal.
A doença de Alzheimer é uma patologia do cérebro de causa desconhecida, com agravamento progressivo, lento e irreversível, que afeta principalmente as funções intelectuais: a compreensão, a orientação, a atenção, o pensamento e a memória. É a forma mais comum de demência.
Alguns FATORES DE RISCO relacionados com a doença de Alzheimer:
- Idade (mais de 65 anos, sendo que a partir dessa idade o risco dobra a cada 5 anos)
- Traumatismo craniano associado à perda de consciência
- Sexo feminino
- Depressão
- Diabetes mellitus
- Hiperinsulinémia
- Hipertensão arterial
- Tabagismo
- Inatividade física
- Dieta rica em gorduras
- Fatores genéticos
É muito difícil identificar os SINAIS DE ALERTA da doença de Alzheimer. Quem nunca se esqueceu do local onde deixou um objeto? Ou do que comeu ontem? O pior é quando isto começa a acontecer frequentemente e de uma forma progressiva.
Progressivamente, perdem a capacidade de acompanhar a história de uma novela ou filme; progressivamente, esquecem-se de informação que conheciam, como dados históricos ou políticos; progressivamente, perdem a capacidade de, autonomamente, se lavar, vestir ou alimentar; progressivamente, perdem a capacidade de tomar decisões e de gerir o seu orçamento; e, também progressivamente, deixam de conhecer os amigos e até os próprios filhos...
Como estamos de TRATAMENTO?
Não foi ainda descoberta a cura para esta doença, sendo que o tratamento é feito com recurso a fármacos que atenuam os seus sintomas.
Existem duas classes de fármacos que têm sido os mais utilizados no tratamento dos sintomas associados a esta doença:
1 - Inibidores da acetilcolinesterase
A acetilcolina é um neurotransmissor importante para a memória, que está com níveis baixos em doentes com Alzheimer. Estes inibidores inibem as enzimas de destruir a acetilcolina.
2 - Memantina (antagonista dos receptores N-metil-D-aspartato)
Tem como alvo o glutamato, que é um neurotransmissor que está em concentrações elevadas nos doentes com Alzheimer. Quando este neurotransmissor está elevado, permite a entrada excessiva de cálcio nas células cerebrais, causando danos graves nas mesmas.
Li esta semana um artigo muito interessante com novidades sobre esta doença. Pesquisei e ainda não encontrei muito sobre o assunto, mas aqui fica um apontamento importante:
Estudos recentes falam de 3 subtipos de doença de Alzheimer, o que pode vir a pressupor tratamentos diferentes para cada subtipo:
1 - Subtipo cortical
2 - Subtipo inflamatório
3 - Subtipo não inflamatório
“Because the presentation varies from person to person, there has been suspicion for years that Alzheimer’s represents more than one illness,”
“The important implications of this are that the optimal treatment may be different for each group, there may be different causes, and, for future clinical trials, it may be helpful to study specific groups separately.”
"The need for a new approach to treat Alzheimer’s is urgent. It is the most common age-related dementia, and the number of people with the disease in the U.S. is expected to increase to 15 million in 2050, from nearly 6 million today."
Ver AQUI artigo da revista Neuroscience News.
Além da importância da alteração para estilos de vida mais saudáveis, apoiados numa alimentação equilibrada e no exercício físico, surgem agora algumas mudanças ao nível do tratamento destes subtipos.
A introdução de anti-inflamatórios no subtipo 2, por exemplo, começa a fazer sentido. Também a utilização de estrogénio, vitaminas como a vitamina B12 e a vitamina E e outros suplementos começam a ser avaliados.
Uma certeza já existe, quanto mais precocemente for detectada a doença e quanto mais cedo for iniciado o suposto tratamento, mais tarde aparecerão os sintomas.
Como hoje é um dia importante, também no DIAGNÓSTICO há novidades:
"Pela primeira vez em Portugal, uma equipa multidisciplinar de investigadores da Universidade de Coimbra (UC) aplicou, em contexto clínico, um teste de memória desenvolvido nos EUA que pode ajudar ao diagnóstico precoce da doença de Alzheimer". (VER AQUI a notícia completa)
As comemorações deste dia decorreram este fim de semana em várias cidades do país. O "Passeio da Memória" fez com que muita gente se lembrasse destes doentes, que tanto apoio precisam de todos nós.