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A "velhinha" Aspirina de que já vos falei AQUI no blog, continua a "dar cartas" e prevê-se que venha a ajudar no tratamento do cancro.
Um estudo recente publicado na revista "Cell" refere que dar aspirina a pacientes com cancro, em simultâneo com imunoterapia, pode aumentar significativamente a eficácia do tratamento.
"Os resultados de uma série de ensaios clínicos de imunoterapia mostraram que em seres humanos verifica-se um controlo imunológico do cancro, mas que, em muitos casos, é bloqueado pelo próprio cancro. Com o objetivo de explorar os mecanismos responsáveis por esse bloqueio, os investigadores produziram culturas de células tumorais com células do sistema imunitário, nomeadamente células dentríticas e macrófagos, importantes para iniciar a resposta das células T, que normalmente destroem o tumor. O estudo foi feito usando o rato como modelo, células de cancro da pele, mama e de intestino e imunoterapia anti-PD-1".
O cientista português Caetano Reis e Sousa é um dos responsáveis deste estudo e sublinhou:
“Verificámos que havia uma inibição dessas células imunitárias pelas células tumorais, o que nos levou a descobrir que essas células tumorais segregavam prostaglandina E2 (PGE2) que tinha esse efeito. A partir daí mostrámos que, se a pessoa, por vias genéticas ou farmacológicas, inibir a produção de PGE2 pelas células tutorias leva a um controlo imunológico. Uma das drogas que pode ser usada para bloquear a produção da PGE2 é a aspirina, assim como outros inibidores das cicloxigenases, que são as enzimas que levam a essa produção."
O uso da Aspirina poderá ser uma maneira de aumentar a potência destas novas drogas, diminuindo os efeitos secundários das mesmas.
Contudo, convém referir que tudo isto ainda está em investigação e que ninguém deve tomar Aspirina com base nestes resultados.
A Aspirina tem muitos efeitos secundários e por isso mesmo, nunca deve ser administrada sem o conselho médico, sobretudo em doentes com doenças como o cancro.