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Todos os anos surgem, em Portugal, 500 novos casos de cancro de pâncreas, sem dúvida aquele cancro que nos mete mais medo e em frente ao qual nos sentimos tão impotentes...
O cancro do pâncreas é uma doença silenciosa, apresentando apenas sintomas numa fase já bastante avançada da doença. Apesar de ser o segundo cancro mais frequente do tubo digestivo, é considerada uma doença rara, pois a sua incidência, que corresponde ao número de doentes que sobrevive após o diagnóstico inicial, é baixo (cerca de 2% aos 2 anos) considerando que 60% dos doentes são diagnosticados em estádios avançados, com metastização.
Um novo estudo, liderado pela portuguesa Sónia Melo do Ipatimup (Instituto de Patologia e Imumologia Molecular da Universidade do Porto), permite vislumbrar uma nova forma de detectar o cancro do pâncreas, antes que este se torne fatal.
Os cientistas do grupo de Sónia Melo demonstraram que, nos doentes com cancro no pâncreas, aparece no sangue uma proteína específica, chamada glipicano-1 (GPC1), que se acumula na superfície dos exossomas (pequenas vesículas que, normalmente, circulam no sangue).
Esta proteína também aparece noutros tipos de cancro, mas com os doentes com cancro de pâncreas a correlação é de 100%.
Umas gotas de sangue poderão ser suficientes para este teste de diagnóstico capaz de salvar vidas, permitindo a detecção precoce desta doença.
Contudo, a complexicidade do teste, devido à exigência de um concentrado de exossomas, pode dificultar a sua realização rotineira num laboratório de análises clínicas.
O caminho ainda vai ser longo, mas agora temos esperança que, dentro de poucos anos, muitas vidas possam ser salvas com a detecção precoce do cancro do pâncreas e com mais esta ajuda de uma investigadora portuguesa.