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Ontem foi o Dia Mundial da Asma, patologia subdiagnosticada que atinge cerca de 300 milhões de pessoas no mundo e cerca de 700.000 portugueses.
Apesar de ter uma taxa de mortalidade muito baixa, a asma tem uma taxa de internamento elevadíssima e isto acontece porque a grande maioria dos doentes não tem a asma controlada ou, muitas vezes, nem está diagnosticada.
Como refere o imunoalergologista Mário Morais de Almeida : “Infelizmente existem ainda muitas pessoas que são asmáticas e não o sabem, isto é, falta com frequência o diagnóstico da doença ou o reconhecimento das queixas que poderiam levar à indicação de um programa de prevenção. E a função pulmonar raramente é avaliada. Se abandonada a uma evolução não controlada, a asma pode levar a alterações irreversíveis das vias aéreas e este fenómeno pode ocorrer ainda na infância.”
A asma é uma doença inflamatória crónica dos brônquios que surge maioritariamente na infância mas que pode desenvolver-se em qualquer idade. Os sintomas são variados e passam por tosse, pieira, falta de ar, aperto no peito depois de um grande esforço físico, cansaço e dificuldade em fazer diversas tarefas do quotidiano.
Quanto mais precoce for o diagnóstico da asma, mais fácil é o seu controlo e mais favorável vai ser a evolução da doença.
Os tratamentos são cada vez melhores e mais eficazes, quando são seguidos corretamente, respeitando as doses e as frequências recomendadas.
Existem dois tipos de medicamentos para a asma:
- Medicamentos preventivos, para controlar a inflamação, normalmente corticosteróides, os quais, nas doses indicadas e por via inalatória, praticamente não têm efeitos secundários. Estes medicamentes, além de prevenirem o aparecimento de sintomas, melhoram a função pulmunar e previnem as crises.
- Medicamentos de alívio rápido, muitas vezes utilizados em SOS; são broncodilatadores de acção rápida, que facilitam a passagem de ar.
O farmacêutico, como o profissional de saúde que está mais perto dos doentes, deve ter um papel primordial no encaminhamento dos doentes para o médico, para que o diagnóstico da asma seja feito o mais precocemente possível.
Quando um pai se queixa que o seu filho já teve vários internamentos por falta de ar e recorre frequentemente a medicamentos em SOS, o farmacêutico deve alertá-lo para a possibilidade da asma e aconselhá-lo a ir consultar um especialista.
Além disso, o farmacêutico deve transmitir ao doente a mensagem: "controlar a asma é possível" e deve ensiná-lo a fazer esse controlo:
- Cumprindo o tratamento diário, respeitando as doses e as frequências recomendadas. A utilização dos medicamentos preventivos é o primeiro passo para ter a asma controlada.
- Usando corretamente os inaladores. Uma técnica incorreta leva a que o medicamento se deposite na boca ou na garganta, não atingindo os brônquios e não tendo, por isso, o efeito pretendido. Isto é particularmente importante nas crianças, tendo que haver sempre a adaptação dos inaladores à idade das crianças.
- Conhecendo e evitando os fatores que provocam as suas crises.
- Recorrendo à consulta médica sempre que sentir que a sua asma não está controlada.
Com a ajuda do farmacêutico, pode controlar a sua asma!