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Um dos suplementos aconselhados às mulheres grávidas ou que estão a pensar engravidar é o ácido fólico.
Ouvi hoje no noticiário da manhã uma notícia relativa a um estudo feito pela Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e da Universidade Católica (UC), publicado no "Journal of Endocrinology", que prova que a sobredosagem deste componente é prejudicial para o bebé.
Já sabia que muitas grávidas tomam ácido fólico em excesso, mas não tinha conhecimento dos malefícios que este podia fazer.
A suplementação adequada de ácido fólico (componente da vitamina B) durante o primeiro trimestre da gravidez, e mesmo antes da concepção, pode ajudar a prevenir algumas malformações graves nos bebés.
O ácido fólico é essencial para a multiplicação e divisão celular e previne os Defeitos Abertos do Tubo Neural (DTN). A preocupação da toma deste suplemento nesta fase deve-se ao momento em que o tubo neural do bebé se forma e fecha (entre o 17º e 30º dia após a concepção).
O tubo neural dará origem aos hemisférios cerebrais, ao tronco cerebral, cerebelo e medula espinhal. Se o tubo neural não fechar corretamente, pode dar origem a várias malformações.
Segundo as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), para uma mulher saudável: "O ácido fólico é uma vitamina do complexo B12 necessária para o crescimento do feto e o desenvolvimento normal da gravidez. A suplementação em ácido fólico em 400 µg/dia deve ser iniciada dois a três meses antes de a mulher engravidar, com o objetivo de prevenir malformações no cérebro do bebé."
(As doses recomendadas às mulheres com antecedentes familiares de defeitos do tubo neural são 10 vezes superiores.)
O problema está na dosagem. A grande maioria das mulheres está a tomar mais ácido fólico do que o recomendado e, segundo estudos recentes, esta sobredosagem pode ser prejudicial para o bebé, podendo originar problemas de diabetes e obesidade. Não se trata do caso "quanto mais melhor"...
Muitos dos medicamentos aconselhados têm uma dosagem de 5 mg de ácido fólico, sendo o aconselhado 12 vezes menos, ou seja, 0,4 mg por dia.
Na realidade, os novos suplementos alimentares têm a dosagem recomendada de ácido fólico mas o preço destes produtos é elevado para a grande maioria das mulheres. Ficam aqui alguns exemplos:
Se está a tomar estes ou outros suplementos, veja a dosagem na bula ou na caixa e pergunte ao seu médico o que deve fazer.
Deve também ter atenção à alimentação. Existem alguns alimentos ricos em ácido fólico, nomeadamente os vegetais verdes, a laranja, o ovo, os produtos lácteos fermentados, os cereais e o feijão. Normalmente, a ingestão de alimentos ricos em folatos não dispensa a suplementação de ácido fólico.