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Todas as semanas preparo medicação para cerca de 50 pessoas e um dos meus problemas é cortar comprimidos ao meio, o que, infelizmente, é uma prática comum. Utilizo um cortador de comprimidos apropriado mas, mesmo assim, não gosto desta prática.
Falo com os médicos dos doentes em causa, tentam ajustar alguma posologia dos medicamentos mais difíceis de cortar, mas há casos em que não há alternativa:
- Quando não há no mercado a dosagem prescrita para o doente.
- Em casos de aumento ou diminuição gradual da dose.
Por vários estudos efetuados, sabe-se que cortar um comprimido pode não garantir a dose correta do tratamento, pois em nenhum teste realizado as duas metades têm a mesma quantidade de princípio ativo; parte pode também perder-se durante a quebra.
Assim, quando um comprimido é cortado, a dose é alterada e isso pode ter riscos para a saúde.
REGRAS PARA CORTAR COMPRIMIDOS:
1 - O comprimido não pode ter nenhum revestimento e tem que ter homogeneidade (quantidade de princípio ativo igual em todas as partes do comprimido). A grande maioria dos comprimidos que se podem cortar têm uma linha ao meio.
2 - Utilizar um cortador próprio para comprimidos. Normalmente, trata-se de uma caixa de comprimidos, que tem incluída uma lâmina de aço.
3 - Não cortar comprimidos revestidos, pois alguns nem sequer se consegue e outros esfarelam-se todos. O revestimento é uma "capa" que protege o princípio ativo de fatores como a humidade, luz, mas sobretudo do suco gástrico.
4 - Não cortar nem abrir cápsulas (o conteúdo da cápsula só deve ser libertado no estômago após a abertura da mesma dentro do organismo).
5 - Não partir comprimidos de libertação modificada (aqueles que trazem as letras XR, SL, SR, ...). A velocidade de libertação do princípio ativo destes medicamentos é modificada, consoante o efeito desejado e nunca devem ser partidos.
6 - Não armazenar metades de comprimidos, pois isto pode comprometer a estabilidade do medicamento. Tentar partir só na altura da toma.
7 - NÃO PARTA COMPRIMIDOS SEM TER A CERTEZA QUE É SEGURO FAZÊ-LO. PERGUNTE AO SEU MÉDICO OU AO SEU FARMACÊUTICO.